Base (química)





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Uma base (também chamada de álcali), de acordo com a química clássica, é qualquer substância que libera única e exclusivamente o ânion OH (íons hidroxila ou oxidrila) em solução aquosa. Soluções com estas propriedades dizem-se básicas ou alcalinas. As bases possuem baixas concentrações de íons H+, sendo considerado base as soluções que têm, a 25 °C, pH acima de 7.Também conduzem corrente elétrica,assim como os ácidos.


Possuem sabor adstringente que “amarra” a boca, ou seja, diminui a salivação (ou popularmente, cica) e são empregadas como produtos de limpeza, medicamentos (antiácidos) entre outros. Muitas bases, como o hidróxido de magnésio (leite de magnésia) são fracas e não trazem danos. Outras como o hidróxido de sódio (NaOH ou soda cáustica) são corrosivas e sua manipulação deve ser feita com cuidado.
Pode ser determinado forte ou fraca com o grau de solubilidade.




Índice






  • 1 Definições


  • 2 Utilidades


    • 2.1 Salificação


    • 2.2 Saponificação


    • 2.3 Riscos




  • 3 Classificação


    • 3.1 Quanto ao número de hidroxilas


    • 3.2 Quanto ao grau de dissociação


    • 3.3 Quanto à solubilidade em água




  • 4 Referências


  • 5 Bibliografia


  • 6 Ver também





Definições |




O químico sueco Svante Arrhenius propôs a definição clássica de bases e de ácidos.



Ver artigo principal: Teoria ácido-base de Brønsted-Lowry

A caracterização mais antiga das bases parte de sua ação sobre o tornassol, um indicador ácido-base que fica vermelho em ácido e azul em bases. Portanto, bases eram consideradas as substâncias que mudam para azul a cor do tornassol vermelho.[1]


A definição de base como uma substância que, em solução aquosa origina como ânions exclusivamente os íons hidroxila, foi proposta por Arrhenius em 1887 e adotada pela Química Clássica.[1] A presença da hidroxila explica o sabor, a ação sobre os indicadores e sobre os ácidos, e a condutibilidade elétrica de suas soluções.[2] A teoria de Arrhenius limita-se a substâncias que reagem em meio aquoso e não explica o comportamento básico de algumas substâncias, como a amônia, que não possui hidroxila e é gasosa nas condições ambiente.[3]


Em 1923, o químico dinamarquês Johannes Nicolaus Brønsted e o inglês Thomas Martin Lowry, em estudos desvinculados entre si, propuseram a definição de base como "espécies químicas capazes de receber prótons".[2] Este conceito inclui, além do OH, outros ânions, como o Cl e até mesmo moléculas, como a água (H2O) e a amônia, indo além das substâncias contidas na definição de Arrhenius,[2] tornando-se o conceito mais amplamente utilizado na descrição de reações entre ácidos e bases, como as que ocorrem na produção de biodiesel.[4]


No mesmo ano de 1923, Gilbert Lewis sugeriu um novo conceito, definindo como base qualquer substância que doa pares de elétrons não ligantes, numa reação química - doador do par eletrônico, formando ligações dativas.[5] A definição de Lewis é mais geral e completa,[4] por se aplicar também a sistemas não aquosos e a casos não previstos na teoria anterior, e é a chave para a compreensão da química dos minerais na alimentação humana.[6]


O termo "álcali", introduzido pelos alquimistas[1] e usado como um sinônimo, pode também ser usado em sentidos mais restritos para designar bases solúveis em água[2] ou um tipo especialmente forte de bases, formadas com metais alcalinos, como hidróxidos de sódio, de potássio,[7]de lítio, de rubídio e de césio.[2]



Utilidades |




O sabão é produzido por uma reação com base forte.


A soda cáustica(NaOH) é utilizada na fabricação de sabão e atua como catalisadora em processos de fabricação do biodiesel.


Outras bases conhecidas são o leite de magnésia (Mg(OH)2), a cal hidratada (apagada) (Ca(OH)2), o cloro de piscina, os antiácidos, produtos de limpeza,[8] sabões e detergentes e a amônia.



Salificação |



Ver artigo principal: Salificação

As bases têm a capacidade de neutralizar os ácidos, formando água e um sal. Por isto, são utilizadas para corrigir o pH da água.[9] Esta reação, designada salificação ou neutralização, ocorre como descrito abaixo:



H2SO4 + Ca(OH)2 2 H2O + CaSO4



(ácido sulfúrico + hidróxido de cálcio = água + sulfato de cálcio)



(ácido clorídrico + hidróxido de sódio = água + cloreto de sódio)


Saponificação |



Ver artigo principal: Saponificação

O sabão é fabricado a partir de uma reação de saponificação, entre uma base forte e um éster (triglicerídeo). Como fonte de éster, são usados tradicionalmente a gordura animal ou óleos vegetais, que são misturas de triglicerídeos. A base forte é normalmente a soda cáustica (hidróxido de sódio) ou o hidróxido de potássio.[10]



Riscos |


Bases podem contaminar ambientes aquáticos,como a água[11] modificando seu pH.[12] Podem afetar profundamente as reações químicas do corpo humano[13] e alterar significativamente as propriedades dos alimentos humanos.[6]



Classificação |



Quanto ao número de hidroxilas |



  • Monobases ( 1 OH ): NaOH, KOH, NH4OH, AgOH

  • Dibases ( 2 OH ): Mg(OH)2, Ca(OH)2, Fe(OH)2, Ba(OH)2, Ni(OH)2

  • Tribases ( 3 OH ): Al(OH)3, Fe(OH)3

  • Tetrabases ( 4 OH ): Sn(OH)4, Pb(OH)4, Mn(OH)4



Quanto ao grau de dissociação |



Ver artigo principal: Constante de dissociação



  • Bases fortes: São as que dissociam muito.[14] Em geral os metais alcalinos e alcalino-terrosos formam bases fortes (família IA e IIA da tabela periódica). Porém, o hidróxido de berílio e o hidróxido de magnésio são bases fracas.


  • Bases fracas: São as bases formadas pelos demais metais e o hidróxido de amônio, por terem caráter molecular.



Quanto à solubilidade em água |



  • Solúveis: Todas as bases formadas pelos metais alcalinos são solúveis. Podemos citar também o hidróxido de amônio, que apesar de ser uma base fraca, é solúvel.

  • Pouco solúveis: São as bases formadas pelos metais alcalino-terrosos em geral. (Exceto o hidróxido de magnésio, que é praticamente insolúvel).

  • Insolúveis: As demais bases. Vale lembrar sempre alguma parcela dissolve, mas chama-se insolúvel quando essa quantidade é insignificante em relação ao volume total.



Referências




  1. abc Amaral 1995, p. 15.


  2. abcde Amaral 1995, p. 16.


  3. Brena 2009, p. 38.


  4. ab Silveira 2011, p. 49.


  5. Amaral 1995, p. 16-17.


  6. ab Damodaran 2010, p. 411.


  7. Wolke 2003, p. 277.


  8. Mateus 2001, p. 59.


  9. Oliveira 2010, p. 14.


  10. Ferreira 2007, p. 110.


  11. GEPEQ 2005, p. 166.


  12. GEPEQ 2005, p. 173.


  13. Thibodeau 2002, p. 510.


  14. Thibodeau 2002, p. 441.



Bibliografia |




  • Amaral, Luciano (1995). Química. São Paulo: Edições Loyola. 113 páginas. ISBN 9788515012411. Consultado em 12 de janeiro de 2013 


  • Brena, Nilson Antônio (2009). A Chuva Ácida e os seus Efeitos sobre as Florestas 2 ed. São Paulo: Do Autor. 208 páginas. ISBN 9788590245896. Consultado em 12 de janeiro de 2013 


  • Damodaran, Srinivasan; Parkin, Kirk L;Fennema, Owen R (2010). Quimica de Alimentos de Fennema 4 ed. [S.l.]: Artmed. 900 páginas. ISBN 9788536323343. Consultado em 12 de janeiro de 2013  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)


  • Ferreira, Maíra; Morais, Lavínia; Nichele, Tatiana Zarichta; Del Pino, José Cláudio (2007). Química Orgânica. Porto Alegre: Artmed. 150 páginas. ISBN 9788536310756. Consultado em 12 de janeiro de 2013  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)


  • GEPEQ (2005). Interações e Transformações: Aluno - Química e a Sobrevivência: Hidrosfera - Fonte de Materiais. 4. São Paulo: Editora da USP. 195 páginas. ISBN 9788531407048. Consultado em 12 de janeiro de 2013 


  • Mateus, Alfredo Luis (2001). Química na cabeça - experiências espetaculares para você fazer em casa ou na escola. Belo Horizonte: Editora UFMG. 127 páginas. ISBN 9788570412911. Consultado em 12 de janeiro de 2013 


  • Oliveira, Mayron Augusto Borges de (2010). Padronização, ph e solução tampão. Cachoeiro de Itapemirim: Noryam. 40 páginas. ISBN 9788590806547. Consultado em 12 de janeiro de 2013 


  • Silveira, Benedito Inácio (2011). Produção de Biodiesel - Análise e Projeto de Reatores Químicos. [S.l.]: biblioteca24horas. 416 páginas. ISBN 9788578938772. Consultado em 12 de janeiro de 2013 


  • Teresi, Dick; Eichenberg, Rosaura (trad.) (2008). Descobertas perdidas: as raízes antigas da ciência moderna, dos babilônios aos maias. [S.l.]: Companhia Das Letras. 439 páginas. ISBN 9788535911794. Consultado em 12 de janeiro de 2013  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)


  • Thibodeau, Gary A; Patton, Kevin T (2002). Estrutura e funções do corpo humano 11 ed. [S.l.]: Editora Manole. 528 páginas. ISBN 9788520412596. Consultado em 12 de janeiro de 2013  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)


  • Wolke, Robert L (2003). O que Einstein disse ao seu cozinheiro - volume 1. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 299 páginas. ISBN 9788571106925. Consultado em 12 de janeiro de 2013 



Ver também |








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  • Teoria ácido-base de Brønsted-Lowry

  • Indicadores ácido-base

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