Rômulo





Disambig grey.svg Nota: Se procura por algum outro homem com o nome Rômulo, veja Rômulo (desambiguação).











































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Rômulo

Rei de Roma

Brogi, Carlo (1850-1925) - n. 8226 - Certosa di Pavia - Medaglione sullo zoccolo della facciata.jpg
Sucessor(a)

Numa Pompílio
Nascimento

março de 771 a.C.[1]
 

Alba Longa
Morte

5-7 de julho de 717 a.C. (54 anos)[2][3]
 

Roma
Pai

Marte ou Amúlio[4]
Mãe

Reia Sílvia[5]

Segundo a tradição romana, RômuloPB, ou RómuloPE, foi o primeiro rei de Roma, cidade que fundou com seu irmão Remo em 753 a.C. A primeira menção a Rômulo ocorre em uma das vertentes do mito de Eneias, onde este possui um filho de nome "Rhomylos", que, por conseguinte, era pai do fundador de Roma, "Rhomos".[6] Os primeiros relatos escritos acerca de Rômulo provêm de autores gregos, especialmente de Helânico de Mitilene (século V a.C.) e Quinto Fábio Pictor, que inspiraram o relato de autores clássicos como Tito Lívio, Plutarco e Dionísio de Halicarnasso.[7][8][9][10]




Índice






  • 1 Biografia


  • 2 Ver também


  • 3 Notas


  • 4 Referências


  • 5 Bibliografia





Biografia |





Rômulo e Remo, de Peter Paul Rubens, 1615-16,Museus Capitolinos, Roma


Rômulo e Remo eram filhos gêmeos[11] de Reia Sílvia,[nt 1] filha de Numitor, rei de Alba Longa que havia sido derrubado por seu irmão Amúlio. Para garantir o trono, Amúlio assassina os descendentes varões de Numitor e obriga sua sobrinha Reia Sílvia a tornar-se vestal (sacerdotisa virgem, consagrada a deusa Vesta),[5] no entanto, esta engravida do deus Marte e desta união foram gerados os irmãos Rômulo e Remo (nasceram em março de 771 a.C.[1]).[10][12] Como punição Amúlio prende Reia em um calabouço e manda jogar seus filhos no rio Tibre.[13] Como um milagre, o cesto onde estavam as crianças acaba atolando em uma das margens do rio no sopé dos montes Palatino e Capitolino, em uma região conhecida como Germalo, onde são encontrados por uma loba que os amamenta;[14] próximo às crianças estava um pica-pau, ave sagrada para os latinos e para o deus Marte, que os protege.[15] Tempos depois, um pastor de ovelhas chamado Fáustulo encontra os meninos próximo ao pé da Figueira Ruminal (Ficus Ruminalis), na entrada de uma caverna chamada Lupercal.[16][17] Ele os recolhe e leva-os para sua casa onde são criadas por sua mulher Aca Larência.[18][19][20]


Rômulo e Remo crescem junto dos pastores da região praticando caça, corrida e exercícios físicos; saqueavam as caravanas que passavam pela região a procura de espólio. Em um dos assaltos, Remo é capturado e levado para Alba Longa. Fáustulo, então, revela a Rômulo a história de sua origem. Este parte para a cidade de seus antepassados liberta seu irmão, mata Amúlio, devolve Numitor ao trono e dá a sua mão todas as honrarias que lhe fossem devidas.[21][22][23] Percebendo que não teriam futuro na cidade, os gêmeos decidem partir da cidade junto com todos os indesejáveis para então fundarem uma nova cidade no local onde foram abandonados.[22][24] Rômulo queria chamá-la Roma e edificá-la no Palatino, enquanto Remo desejava nomeá-la Remora e fundá-la sobre o Aventino.[25][26] Como forma de decidir foi estabelecido que deveria-se indicar, através dos auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e reinar depois da fundação. Tal gerou divergência entre os espectadores o que gerou uma acirrada discussão entre os irmãos que terminou com a morte de Remo.[27] Uma versão alternativa afirma que, para surpreender o irmão, Remo teria escalado o recém-construído pomério quadrangular da cidade e, tomado em fúria, Rômulo teria assassinado-o.[28] Remo foi sepultado em um região ao sul do Aventino, conhecida como Remoria, sendo também comemorado em 9 de maio a festa chamada Remuria (ou Lemuria) em sua homenagem.[29][30]






Rômulo transporta rico espólio para o templo de Júpiter, Jean-Auguste Dominique Ingres, École des Beaux-Arts, Paris





Rapto das Sabinas, óleo de Pietro de Cortona, Museus Capitolinos, Roma



Após a fundação da urbe (cidade), Rômulo convidou criminosos, escravos fugidos e auxiliares para darem auxílio na nova cidade, chegando assim a povoar cinco das sete colinas de Roma. Para conseguir esposas a seus cidadãos, Rômulo convidou os sabinos a um festival, onde raptou as mulheres sabinas e as levou a Roma.[31] Após a conseguinte guerra com os sabinos, Rômulo uniu os sabinos e os romanos sob o governo de uma diarquia junto com o líder sabino Tito Tácio.[32][nt 2]


Rômulo dividiu a população de Roma entre homens fortes e aqueles não aptos para combater. Os combatentes constituíram as primeiras legiões romanas; embora o resto tenha se convertido em plebeus de Roma, Rômulo selecionou 100 dos homens de maior linhagem como senadores.[34] Estes homens foram chamados pais e seus descendentes seriam os patrícios, a nobreza romana. Após a união entre romanos e sabinos, Rômulo agregou outros 100 homens ao senado. Também, sob o reinado de Rômulo, se estabeleceu a instituição dos augúrios como parte da religião romana, assim como a Assembleia Curiata. Rômulo dividiu o povo de Roma em três tribos: romanos (ramnes), sabinos (tícios) e o resto (lúceres). Cada tribo elegia dez cúrias, ou comunidade de varões (coviriae), fornecendo também 100 cavaleiros e 10 centúrias de infantes cada uma, formando assim a primeira legião de 300 ginetes e 3 000 infantes. Ocasionalmente podia convocar uma segunda legião em caso de urgência.[35]


Depois de 38 anos de reinado, Rômulo havia travado numerosas guerras, estendendo a influência de Roma por todo o Lácio e outras áreas circundantes. Pronto seria recordado o primeiro grande conquistador, assim como um dos homens mais devotos, da história de Roma. Após sua morte aos 54 anos de idade, foi divinizado como o deus da guerra Quirino, honrado não só como um dos três deuses principais de Roma, sendo também como a própria cidade de Roma divinizada.[nt 3]



Ver também |



  • Rómulo e Remo

  • Fundação de Roma

  • Reino de Roma

  • Histórias da fundação de Roma (Carracci)


Notas




  1. Plutarco não a chama de Reia Sílvia, mas diz que seu nome poderia ser Ilia, Reia ou Sílvia.


  2. Posteriormente, ambos os monarcas exerceram o poder real não apenas em conjunto, mas sim em harmonia.[33]


  3. Assim que Rômulo, como muito marcial ou invicto, foi chamado Quirino; e seu templo sobre um monte deu seu nome, chamando Quirinal (...) É dito, finalmente, que Rômulo desapareceu dentre os homens aos cinquenta e quatro anos de idade, e aos trinta e oito de seu reinado.[36]



Referências




  1. ab «De Fortuna Romanorum - Plutarc» (em inglês). Consultado em 25 de outubro de 2012 


  2. Plutarco século I, p. 27.4.


  3. Eutrópio século IV, p. I.2.


  4. Plutarco século I, p. 4.2.


  5. ab Plutarco século I, p. 3.2.


  6. Bendlin 2001, p. 1130.


  7. Salles 2008, p. 112.


  8. Halicarnasso século I a.C., p. 1.72-90; 2.1-76.


  9. Plutarco século I, p. 1.2.


  10. ab Plutarco século I, p. 3.4.


  11. Plutarco século I, p. 6.2.


  12. «The Founding of Rome» (em inglês). Consultado em 17 de abril de 2012 


  13. Floro século II, p. I.1.2.


  14. Lívio 27-25 a.C., p. I.4.


  15. Plutarco século I, p. 4.2-3.


  16. Varrão século I a.C., p. V, 54.


  17. Plutarco século I, p. 4.1.


  18. Plutarco século I, p. 3.5-6.


  19. Lívio 27-25 a.C., p. I.5-7.


  20. Floro século II, p. I.1.3.


  21. Plutarco século I, p. 7-8.


  22. ab Lívio 27-25 a.C., p. 1.6.


  23. Floro século II, p. I.1.5.


  24. Plutarco século I, p. 9.1-2.


  25. Floro século II, p. I.1.6.


  26. Halicarnasso século I a.C., p. 1.85.


  27. Plutarco século I, p. 9.5; 10.1-3.


  28. Salles 2008, p. 111.


  29. Plutarco século I, p. 9.4; 11.1.


  30. Ovídio 12, p. 445-492.


  31. Plutarco século Ia, p. 14-15.


  32. Plutarco século Ia, p. 19-20.


  33. Lívio 27-25 a.C., p. I.1.14.


  34. Plutarco século Ia, p. 13.


  35. Plutarco século Ia, p. 20.


  36. Plutarco século Ia, p. 10.



Bibliografia |




  • Eutrópio (século IV). Breviarium ab Urbe condita. [S.l.: s.n.] 


  • Virgílio (19 a.C.). Eneida. [S.l.: s.n.] 


  • Halicarnasso, Dionísio de (século I a.C.). Das antiguidades romanas. [S.l.: s.n.] 


  • Plutarco (século I). Vida de Rômulo. [S.l.: s.n.] 


  • Bendlin, Andreas (2001). Enzyklopädie der Antike. [S.l.: s.n.] ISBN 3-476-01470-3 


  • Lívio, Tito (27-25 a.C.). Ab Urbe condita libri. [S.l.: s.n.]  !CS1 manut: Formato data (link)


  • Varrão, Marco Terêncio (século I a.C.). De lingua latina. [S.l.: s.n.] 


  • Floro, Públio Aneu (séculos I-II). Epitoma de Tito Livio bellorum omnium annorum. [S.l.: s.n.]  !CS1 manut: Formato data (link)






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