Veículo aéreo não tripulado




































Veículo aéreo não tripulado (VANT) ou drone[1] (do Inglês, zangão), é todo e qualquer tipo de aeronave que pode ser controlada nos 3 eixos e que não necessite de pilotos embarcados para ser guiada[2] (DECEA, 2010). Estes tipos de aeronaves são controladas à distância por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão de humanos, ou mesmo sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (CLP).




Índice






  • 1 História


  • 2 Uso civil


  • 3 Lusofonia


    • 3.1 Brasil


    • 3.2 Portugal




  • 4 Ver também


  • 5 Referências


  • 6 Ligações externas





História |





B-52 servindo como nave-mãe, transportando sob suas asas duas aeronaves parasitas (drones de reconhecimento aéreo) Lockheed D-21.




Um General Atomics MQ-1 Predator da Força Aérea dos Estados Unidos disparando um míssil hellfire. O uso de drones para fins militares é usado extensamente na chamada Guerra ao Terrorismo.[3]


Os drones[1] foram idealizados para fins militares tendo sido inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio-controlados. Estas máquinas voadoras foram concebidas, projetadas e construídas para serem usadas em missões tradicionalmente de elevado risco para humanos, nas áreas de inteligência militar, apoio e controle de tiro de artilharia, apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, controle de mísseis de cruzeiro, atividades de patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras, atividades de busca e resgate, entre outras. Eles são muitas vezes preferidos para missões que são "maçantes ou perigosas"[4] para aviões tripulados como policiamento e combate a incêndios, e com a segurança não militar, como a vigilância de dutos.


Atualmente, o desenvolvimento de pesquisas e fabricação de VANT são realizadas e estimuladas, principalmente, por militares estadunidenses, pelas Forças Armadas de Israel. Os drones são, há vários anos, um dos principais instrumentos da estratégia militar dos Estados Unidos, mas 51 Estados já possuem esta tecnologia.[5]


Segundo relatórios do Bureau of Investigative Journalism (BIJ), sediado em Londres, entre 2.629 e 3.461 pessoas foram mortas desde 2004 no Paquistão, por ataques de drones da CIA e DoD. Entre as vítimas, calcula-se que 475 a 891 eram civis.[5] Nas últimas décadas, os drones foram usados sobretudo no Kosovo, no Tchad, e também nos ataques americanos ao Paquistão e contra a pirataria marítima.[6]


Estima-se que de 2008 a 2012, os Estados Unidos tenham realizado 145 ataques na Líbia, 48 no Iraque e mais de 1000 no Afeganistão utilizando drones. Os militares britânicos a partir de julho de 2013 lançaram ao Afeganistão 299 drones em suas ofensivas.[7]


Em 24 de janeiro de 2012, a Organização das Nações Unidas lançou um projeto denominado Naming the Dead ("Dando nome aos Mortos"), com a finalidade de investigar a morte de civis e militantes por 25 ataques de drones americanos no Paquistão, no Iêmen, na Somália, no Afeganistão e nos Territórios Palestinos.[8][9][10] A investigação é uma resposta a denúncias sobre a morte de civis, inclusive crianças, durante ataques de drones no Iêmen.[11][12] De acordo com o relator especial da ONU sobre a proteção dos direitos humanos no combate ao terrorismo, "o aumento exponencial do uso da tecnologia dos drones em diversas situações representa um verdadeiro desafio para o direito internacional atual". Segundo dados oficiais, os drones Predator e Reaper dispararam 506 mísseis em 2012, no Afeganistão, contra 294 em 2011 - um aumento de 72% - embora o total de ataques aéreos americanos tenha diminuído 25%, no mesmo período.[5]


Em 12 de dezembro de 2013, 16 civis foram mortos e 10 ficaram feridos em um ataque no Iêmen na província de Al-Baida, onde foram confundidos com membros da Al-Qaeda quando participavam de duas procissões de casamento separadamente.[13]



Uso civil |





Drone pequeno em voo.




Grupo de drones durante demonstração,em 2005.


Além do uso militar, os drones[1] estão sendo utilizados por civis, como por exemplo por fotógrafos e cinegrafistas em festas de aniversários, casamentos ou eventos em geral. Um drone consegue captar melhores ângulos para fotos e filmagens mantendo a câmara estável por mais tempo facilitando também por conseguinte a produção de vídeo. Estas valências técnicas faz com que também sejam usados por emissoras de TV, diminuindo o custo em suas filmagens aéreas, considerando que as emissoras televisivas ainda utilizam amiúde o helicóptero.[14][15]


A tecnologia dos drones pode ser utilizada em resgates em locais de difíceis acessos, áreas de desastres (alagamentos, desmoronamentos, desabamento, incêndios, construções interditadas, etc), pois tais dispositivos transmitem imagens e vídeo em tempo real contribuindo assim para o sucesso das equipes de resgate. Os drones também são usados para monitorar pessoas,[16] como para evitar ataques ou mesmo casos de vandalismo. Está ainda em testes a utilização de drones para entrega de mercadorias e encomendas. Uma das empresas que está testando esta possibilidade é a Amazon.[17]


Outra possível forma de utilização de drones é na agricultura[18] para se identificar rapidamente pragas, falhas no plantio, saturação hídrica do solo e outros problemas que acontecem nas lavouras.[19] Além disso, os drones poderão ser usados para outras funcionalidades, como em fotografias, para registrar uma selfie por exemplo. Diversas empresas estão desenvolvendo os chamados "drones-selfie", que poderão ser controlados via controle remoto no pulso. [20]



Lusofonia |



Brasil |


O primeiro VANT de que se tem registro no Brasil foi o BQM1BR, fabricado pela extinta CBT (Companhia Brasileira de Tratores), de propulsão a jato. Esse protótipo serviria como alvo aéreo e realizou um voo em 1983. Outro VANT de que se tem conhecimento é o Gralha Azul, produzido pela Embravant. A aeronave possui mais de 4 metros de envergadura, com autonomia para até 3 horas de voo. Os dois primeiros protótipos do Gralha Azul realizaram vários ensaios em voo, operando com rádio-controle.




VT-15 durante o voo no Batalhão de Aviação do Exército Brasileiro em Taubaté, São Paulo


Em 1996, o CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer) iniciou o Projeto Aurora, com o objetivo de desenvolver VANTs. Seriam dirigíveis usados em diversas áreas: segurança pública, monitoramento ambiental e de trânsito, levantamentos agrícolas, telecomunicações, etc.[21] As forças armadas brasileiras pretendem utilizar dirigíveis híbridos na vigilância das fronteiras e do mar territorial, para garantir a segurança da Amazônia Verde e da Amazônia Azul.


A partir do ano 2000, os VANTs para uso civil começaram a ganhar força no mercado. Foi quando surgiu o Projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida), desenvolvido numa parceria do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), especialmente para utilização em agricultura de precisão. O projeto deu origem, em abril de 2005, ao primeiro VANT de asa fixa desenvolvido com tecnologia 100% brasileira, cujo desenho industrial foi patenteado pela EMBRAPA. A empresa AGX faz uso deste modelo e continua desenvolvendo novos VANTs para o setor elétrico, de meio ambiente, segurança pública e defesa.


Em abril de 2007, durante a LAAD, realizada no Rio de Janeiro, a empresa Flight Technologies lançou, em cooperação com o Centro de Estudos Aeronáuticos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por intermédio de sua então controlada, Flight Solutions, o VANT Tático FS-01 Watchdog.[22] Entre 2008 e 2010, a empresa, em conjunto com o Centro Tecnológico do Exército, desenvolveu uma variante do FS-01 para atender aos requisitos VT-15 do Exército Brasileiro.


Alguns anos depois, em 2009, a Flight Technologies deu início ao desenvolvimento do Horus FT-100, por intermédio de um contrato de desenvolvimento da FINEP), sob um protocolo de intenções com o Exército Brasileiro. O FlightTech Horus FT-100 é VANT de monitoramento desenhado para atender, inicialmente, requisitos do Exército Brasileiro.[23] Em 2013, o Centro Estadual de Administração de DESASTRES – CestAD do Departamento Geral de Defesa Civil – DGDEC, realizou missão de caráter civil com o Horus FT 100, na cidade de Duque de Caxias/RJ. Foi a primeira vez que um VANT foi utilizado para levantamento de áreas atingidas por desastres naturais no Brasil.[24]  


Em 2009 deu-se início ao projeto VANT-SAR entre as empresas AGX, Aeroalcool e Orbisat, financiado pela FINEP).[25] Em 2010 iniciou-se o projeto da aeronave Tiriba, a cargo da AGX, que, no final de 2011, resultou na primeira aeronave de propulsão elétrica com tecnologia 100% nacional, para aplicações em imageamento aéreo e aerofotogrametria.[26]


Em 2012, a Flight Technologies venceu a licitação da aeronáutica para desenvolver um VANT de decolagem e pouso automático (DPA-VANT), com investimento previsto de 4,5 milhões de reais em dois anos. O valor será coberto integralmente pela Finep. O projeto está sendo gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial e conta com o apoio do Ministério da Defesa e a participação do Centro Tecnológico do Exército e do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM). A Flight é uma empresa brasileira, localizada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, e atua no mercado de defesa e segurança aeronáutica.[27]


Em Santa Maria (Rio Grande do Sul), a FAB passou a montar VANTs produzidos pela AEL, subsidiária da Elbit Systems, a maior empresa privada fabricante de produtos de defesa de Israel.[28] Esses VANT são parte de um acordo de 48 milhões de reais firmado com o Brasil em 2010 e serão usados em operações ao longo da fronteira e durante grandes eventos como a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas de 2016. Segundo o Stockholm International Peace Research Institute, durante o mandato do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, o Brasil se tornou um dos maiores importadores de armas e de tecnologia militar israelenses.[29] Em meados de 2012, a polícia federal brasileira possui 15 drones vigiando a fronteira do país.[30]



Portugal |


De 2009 a 2015, a Academia da Força Aérea Portuguesa e a Universidade do Porto, desenvolvem em parceria o projeto "Pitvant", que consiste em criar drones totalmente portugueses.[31]


No dia 16 de abril de 2014, a Marinha Portuguesa apresentou o primeiro avião não tripulado em conjunto com a empresa Tekever com tecnologia 100% portuguesa.[32] A primeira tentativa de lançamento do drone fracassou, tendo o aparelho caído na água, situação caricata que se tornou viral na Internet.[33] Na segunda tentativa o avião voou sem problemas.



Ver também |



  • Ciência militar

  • Tecnologia militar

  • Quadrotor

  • Veículo terrestre não tripulado



Referências




  1. abc drone in Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-05-06 13:00:56]. Disponível na Internet. 


  2. «Publicações DECEA » ICA 100-40 - Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas e o Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro (10.03.2017)». publicacoes.decea.gov.br. Consultado em 30 de junho de 2017 


  3. "The Secret Rules of the Drone War". Página acessada em 21 de outubro de 2016.


  4. Tice, Brian P. (1991). «Unmanned Aerial Vehicles – The Force Multiplier of the 1990s» (em inglês). When used, UAVs should generally perform missions characterized by the three Ds: dull, dirty, and dangerous. Airpower Journal. Consultado em 9 de março de 2016. Arquivado do original em 27 de agosto de 2013 


  5. abc ONU lança investigação sobre ataques de drones. Análise será sobre 25 ataques no Paquistão, Iêmen, Somália e Afeganistão. Relatório será apresentado em outubro na Assembleia Geral. G1/France Presse, 25 de janeiro de 2013.


  6. N. Gros-Verheyde, De l'utilité des drones dans la lutte anti-pirates


  7. Negócios Estrangeiros . Mar/Apr2014, vol. 93 Issue 2, p68-79. 12p. [1] Acessado em 23 de abril de 2014.


  8. The Bureau of Investigative Journalism. UN launches major investigation into civilian drone deaths. Por Chris Woods and Alice K Ross. 24 de janeiro de 2013.


  9. UN team to investigate civilian drone deaths. 25 de outubro de 2012.


  10. UN to investigate civilian deaths from US drone strikes. Special rapporteur on counter-terror operations condemns Barack Obama's failure to establish effective monitoring process. Por Owen Bowcott, legal affairs correspondent. The guardian, 25 de outubro de 2012.


  11. Airstrikes targeting militants kill 9 people in Yemen. The Global Times, 24 de janeiro de 2013.


  12. The Drone Papers. Série de artigos sobre documentos secretos, fornecidos por um whistleblower, que detalham assassinatos programados pela administração Obama no Afeganistão, no Iêmen e na Somália, com o uso de drones.


  13. Especialistas da ONU condenam ataques com drones dos EUA que mataram 16 pessoas no Iêmen<http://www.onu.org.br/especialistas-da-onu-condenam-ataques-com-drones-dos-eua-que-mataram-16-pessoas-no-iemen/> acesso em 23/04/2014.


  14. «ROBOTIZAÇÃO: IMPLICAÇÕES POLÍTICAS E SECURITÁRIAS DO USO DE DRONES NA ERA DIGITAL»  |acessodata= requer |url= (ajuda)


  15. Oficina da Net, ed. (22 de abril de 2014). «O que são drones? Onde eles costumam ser usados?». Consultado em 24 de novembro de 2014 


  16. «Drone». Câmara de imagem térmica e sensores (em italiano). 11 de agosto de 2016 


  17. G1, ed. (12 de dezembro de 2013). «Amazon testa drones para agilizar entregas». Consultado em 24 de novembro de 2014 


  18. «DRONES - Questões ambientais e preocupações relacionadas ao seu uso.»  |acessodata= requer |url= (ajuda)


  19. UNIVESP, ed. (13 de agosto de 2014). «Drones». Consultado em 24 de novembro de 2014 


  20. «Tudo sobre selfie e selfie drone» 


  21. (em português) ANAC - Veículos Aéreos Não-Tripulados no Brasil. Acessado em 26 de abril de 2014.


  22. «Flight Solutions ready to unleash Watchdog medium tactical UAV». Abril de 2007. 1 páginas. Consultado em 2 de dezembro de 2014 


  23. «FT E EB Iniciam Operação do SARP Horus FT-100». Dezembro de 2014. 1 páginas. Consultado em 2 de dezembro de 2014 


  24. «Horus em missão de Defesa Civil - Duque de Caxias/RJ». 29 de janeiro de 2013 


  25. Brasil terá seu primeiro Vant com radar SAR aeroembarcado. Poder Aéreo, 16 de agosto de 2011.


  26. . Tiriba


  27. Flight vence licitação da Aeronáutica para avião não tripulado. Parque Tecnológico de São José dos Campos


  28. EMBRAER Formaliza a HARPIA e adquire Capital da AEL Sistemas. AEL Sistemas, 8 de setembro de 2011.


  29. A Palestina e a “responsabilidade ao proteger” do Brasil


  30. O novo alvo dos Drones


  31. "Pitvant": primeiro passo para um UAV português?.


  32. Marinha tentou impressionar ministro, mas drone caiu ao rio


  33. A nova sensação da Internet é um drone da Marinha que fez “plof”



Ligações externas |



Commons

O Commons possui imagens e outras mídias sobre Veículo aéreo não tripulado




  • The drone papers. Artigos sobre o uso de drones como arma preferencial na administração Obama.

  • IMINT tactical imagery intelligence


  • Brennan and Kiriakou, Drones and Torture. Por Amy Goodman e Denis Moynihan. Democracy Now, 7 de fevereiro de 2013. Disponível em português sob o título de Aviões Drones já mataram milhares, mas Obama não está nem aí. Carta Capital, 15 de fevereiro de 2013.


  • The Drone War - Everything We Know So Far About Drone Strikes, por Cora Currier. ProPublica - Journalism in the Public Interes, 5 de fevereiro de 2013.


Disponível em português sob o título "Drones: dossiê sobre uma guerra suja". Outras Palavras, 19 de fevereiro de 2013.

  • Chamayou, Grégoire . Teoria do drone. Coleção Exit. São Paulo: Cosac Naify, 2015


  • Portal da aviação
  • Portal da guerra
  • Portal da tecnologia






























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