Arábia Pétrea





Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Arábia (desambiguação).































Provincia Arabia Petraea
Província da Arábia Pétrea

Província do(a) Império Romano e Império Bizantino







 
Decápole|


106–636


 

 




Location of Arábia Pétrea
Província romana da Arábia Pétrea por volta de 117.

Capital:

Bostra e Petra

Período :

Antiguidade Clássica
Antiguidade Tardia
 -  Conquista do Reino Nabateu
106
 -  Incorporada na Palestina Salutar
390
 - 
Conquista muçulmana do Levante
636


Arábia Pétrea (em latim: Arabia Petraea, Provincia Arabia ou simplesmente Arabia) era uma província fronteiriça do Império Romano, incorporada no início do século II.


Correspondia ao território do antigo Reino Nabateu, o sul do Levante, a península do Sinai e o noroeste da península Arábica. Sua capital era Petra e era limitada, ao norte, pela Síria, a oeste, pela Judeia (que foi fundida na Síria em 135 para formar a Síria Palestina) e o Egito; ao sul e a leste, pela Arabia Deserta e pela Arábia Feliz.


A região foi anexada pelo imperador Trajano, como muitas outras províncias na fronteiras orientais, mas continuou depois que ele morreu, ao contrário da Armênia, Mesopotâmia e Assíria. A fronteira que ela defendia era conhecida como Limes Arabicus e a região se mostrou muito tranquila, sem produzir nenhum usurpador ou imperador (Filipe, embora fosse de fato árabe, nasceu em Chahba, uma cidade síria anexada à província da Arábia em algum momento entre 193 e 225 - ele nasceu em 204). Como província de fronteira, ela incluía um deserto ocupado pelos sarracenos, um povo nômade, e estava ao lado da região interior do Império Parta.


Embora sujeita a eventuais ataques e dificuldades provocadas pelos raides partas e palmirenses, a situação ali não se compara com as frequentes invasões enfrentadas por outras províncias de fronteira romanas, como as da Germânia e do norte da África, e nem uma presença cultural profundamente enraizada, fator determinante em diversas outras províncias orientais mais helenizadas.




Índice






  • 1 Geografia


  • 2 Grandes cidades


  • 3 História


    • 3.1 Conquista romana


    • 3.2 Romanização


    • 3.3 Anos finais do Império Romano


    • 3.4 Período bizantino




  • 4 Sés episcopais


  • 5 Referências


  • 6 Bibliografia





Geografia |


O panorama geográfico da Arábia não era apenas desértico e incluía também o relativamente fértil platô de Moab, que recebia aproximadamente 200 mm de chuvas anualmente e em cuja ponta mais meridional estava Petra, a cidade que, juntamente com Bostra, era o foco da política provincial.


Porém, terras inospitaleiras eram a norma e juntamente com os deserto propriamente dito que é o deserto do Sinai, o árido Negueve, ao norte daquele, é praticamente um. Ao longo deste estão as regiões costeiras à volta do Mar Vermelho, as terras rochosas conhecidas como Hismā mais para o norte ainda na costa e as abundantes formações rochosas.



Grandes cidades |


A maior parte da Arábia era esparsamente populada e suas cidades se concentravam no norte, perto do rio Jordão. O único porto de grande porte era Aqaba, que estava na ponta de um largo golfo no Mar Vermelho que leva seu nome. Há uma disputa sobre qual seria a capital da província, com alegações de que Bostra, perto da fronteira da província da Síria, seria a única e outras indicando que ela dividia com Petra a honraria.


Petra serviu ainda como base para a III Cyrenaica e o governador da província certamente se dividia entre as duas cidades, emitindo seus decretos a partir de ambas.



História |



Conquista romana |


Antes de ser conquistada pelos romanos, a região foi governada por Rabbel II, o último rei nabateu, até 106 Quando ele, que já reinava desde 70, morreu, a III Cyrenaica marchou para o norte a partir do Egito e invadiu Petra enquanto a VI Ferrata, uma legião síria, seguiu para o sul e ocupou Bostra. A conquista do Reino Nabateu pode ser melhor descrito como "casual", um ato de Trajano para consolidar o controle romano sobre a região antes de seguir para os seus verdadeiros objetivos: os territórios para além do Tigre chegando, finalmente, até a Mesopotâmia propriamente dita.


Não há evidências de que ele tenha se valido de qualquer pretexto para a anexação: Rabbel II tinha um herdeiro legítimo chamado Obodas e, embora tenha havido poucas lutas e nenhuma glória (o que se percebe pelo fato de Trajano não ter adotado o epíteto de Arábico), certamente alguns combates se realizaram, todos terminando em derrotas e humilhações para os nabateus. Acredita-se que as duas coortes que acabaram servindo na Arábia vieram do Egito de barco até a Síria para se preparar para a campanha, que, apesar de alguma resistência da guarda real nabateia, parece não ter encontrado ampla resistência entre a população, o que se percebe pelo fato de soldados nabateus terem servido como auxiliares apoiando as legiões depois da conquista.


A conquista da Arábia não foi oficialmente celebrada antes do término da construção da Via Nova Trajana, uma estrada romana que seguia até o centro da província, ligando Bostra e Aqaba. A partir daí, moedas passaram a ser cunhadas trazendo o busto de Trajano de um lado e um camelo do outro, aparentemente comemorando a conquista da Arábia. Estas moedas foram cunhadas apenas até 115, pois, depois disso, a atenção do imperador se voltou para territórios mais para o oriente.


A estrada ligava não apenas Bostra e Aqaba - que não tinha muita importância aos olhos do imperador além de ser um porto - mas também a Petra, que estava no centro da província e entre as duas terminações da estrada. Embora Trajano tenha declarado Bostra como capital da província, ele também deu a Petra o estatuto de metrópole como sinal de que ele concordava com seu sucessor, Adriano, a respeito da importância da cidade, que este considerava mais histórica e importante.



Romanização |




Mapa da Diocese do Oriente por volta de 400


Com a conquista romana veio também a imposição do latim e do grego como línguas oficiais, um procedimento que já era padrão para as províncias orientais de Roma, mas que, para a Arábia, que não tinha compartilhava da mesma história de helenização ou romanização com elas, serviu como o início da disseminação do grego. Depois disso, porém, ele foi adotado popularmente e oficialmente, praticamente eliminando o nabateu e o aramaico, como pode ser percebido pelas inscrições em Umm al Quttain. Já o latim era muito mais raro e limitado a poucos casos - como a inscrição tumular de Tito Anínio Sêxtio Florentino, governador em 127, e, paradoxalmente, nos nomes próprios.



Anos finais do Império Romano |


Quando Avídio Cássio se revoltou contra o que ele acreditava ser um Marco Aurélio já morto, acabou não recebendo o apoio da Arábia, o que é geralmente esquecido pelos historiadores provavelmente por causa da pouca riqueza e do pequeno poder da Arábia quando comparado, por exemplo, ao da Síria. Ela também não apoiou o governador da Síria, Pescênio Níger, se auto-proclamou imperador em 193.


Quando Sétimo Severo ascendeu ao trono e retirou da cidade síria de Antioquia o seu estatuto de metrópole por sua participação na revolta e puniu todos os que estiveram do lado derrotado, a III Cyrenaica recebeu o honorífico Severiana. Além disso, o governador da Arábia, Públio Élio Severiano Máximo, recebeu permissão para continuar no posto como recompensa por sua lealdade. A Síria foi posteriormente partida em duas e a Arábia se expandiu para incluir Leja’ e Jebel Drūz, regiões rochosas ao sul de Damasco e terra natal de Filipe, o Árabe.


Severo aumentou uma província que já era enorme e partiu para aumentar também o império através da conquista da Mesopotâmia. A transferência de Leja’ e Jebel Drūz parece ter sido parte de uma ardilosa sequência de atos políticos do imperador para consolidar seu controle sobre a região antes da efetiva conquista. A Arábia tornou-se a base ideológica de poder para Severo no oriente próximo romano principalmente como um instrumento para mitigar e domar o poder da província da Síria, que se mostrava cada vez mais um celeiro de revoltas, um plano que se dividiu em três partes: a já mencionada reorganização da Síria, a redução de seu território em prol da Arábia e o casamento do imperador com a astuta Júlia Domna.


A Arábia tornou-se um símbolo tão poderoso da lealdade a Severo a ao império, de acordo com Bowersock, que, durante a sua guerra contra Clódio Albino na Gália, oponentes sírios iniciaram um rumor de que a III Cyrenaica havia desertado. Só a presunção de que importaria para uma revolta na Gália o que estava fazendo uma única legião de uma província fronteiriça do outro lado império demonstra o fascínio que exercia a Arábia: mesmo sem população, recursos ou uma posição estratégica, ela era agora a base da cultura romana. E o fato de ser uma província oriental não diminuiu a sua importância.


Durante o reinado do imperador Diocleciano (r. 284–305), a província foi novamente aumentada para incluir partes do território moderno de Israel. Ela foi também subordinada à Diocese do Oriente da Prefeitura pretoriana do Oriente.



Período bizantino |


A Arábia teve um importante papel durante as guerras bizantino-sassânidas. Por volta de 390, a região da Palestina Salutar foi separada da Arábia.



Sés episcopais |


As sés episcopais da província e que aparecem no Anuário Pontifício como sés titulares são[1]:




  • Adhri'at

  • Bacata na Arábia (ruínas de Khirbet-El-Bascha?)

  • Bosana (Busan)


  • Bostra (Bosra)


  • Canata (Qanawat)

  • Constância na Arábia (Buraq)

  • Crisópolis na Arábia

  • Dionísias

  • Erra (Es-Sanamein?, Aere?, Ire?)

  • Esbo (Hesbân)

  • Eutime


  • Filipópolis na Arábia (Shahba)


  • Gérasa (Jerash)


  • Maximianópolis na Arábia (Shaqqa)


  • Medaba (Madaba)

  • Neápolis na Arábia


  • Fena (Al-Masmiyah)




Referências




  1. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013



Bibliografia |




  • G. W. Bowersock, Roman Arabia, (Harvard University Press, 1983)

  • Fergus Millar, Roman Near East, (Harvard University Press, 1993)

















  • Portal da Roma Antiga



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