Guerra Fria





Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre o conflito entre a União Soviética e os Estados Unidos. Para o conceito de um tipo de conflito internacional, veja Guerra fria (termo).



Fotografia do Muro de Berlim registrada a partir do lado ocidental. O muro foi construído em 1961 pelo governo da Alemanha Oriental para evitar que seus habitantes fugissem e deixassem um vazio economicamente desastroso de trabalhadores. A barreira se tornou um símbolo da Guerra Fria e sua queda, em 1989, marcou o fim iminente do conflito e o início do processo de descomunização e lustração.[1]





Mikhail Gorbachev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, e Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, assinando o Tratado INF na Casa Branca, em 8 de dezembro de 1987.


Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se da década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".


Uma parte considerável dos historiadores argumenta que foi uma disputa dos países que apoiavam as Liberdades civis, como a liberdade de opinião e de expressão e de voto, representada pelos Estados Unidos e outros países ocidentais e do outro lado a doutrina comunista ateia,[2][3] defendida por regimes que perseguiram as religiões [4][5] (ver: Ateísmo Marxista-leninista) onde era suprimida a possibilidade de eleger e de discordar, defendida pela União Soviética (URSS)[6] e outros países onde o comunismo fora imposto por ela. Outra parte defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, que patrocinou regimes ditatoriais na América Latina,[7] representado pelos Estados Unidos, e o socialismo totalitário[8][9] expansionista[10] ou socialismo de Estado,[11] onde fora suprimida a propriedade privada, defendido pela União Soviética (URSS) e China.[12] Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais envolveram Estados capitalistas, como os Estados Unidos, contra diversas potências locais mais nacionalistas.


Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais. Neste contexto, os chamados países não alinhados mantiveram-se fora do conflito, não se alinhando aos blocos pró-URSS ou pró-Estados Unidos, formando um "terceiro bloco" de países neutros: o Movimento Não Alinhado.


Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado ao soviético, logo poderia ser visto com simpatia pelos Estados Unidos e receber apoio, sendo que o oposto também ocorria no lado soviético. A Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975) e a Guerra do Afeganistão (1979–1989) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na crise dos mísseis em Cuba (1962). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras interestatais foi intensificada pela polarização entre EUA e URSS. Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder mundial é o que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar, principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas Estados Unidos e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de dissuasão nuclear.




Índice






  • 1 História


    • 1.1 A Crise no Pós-Guerra


      • 1.1.1 Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)




    • 1.2 Plano Marshall e COMECON


    • 1.3 Corrida armamentista


    • 1.4 OTAN e Pacto de Varsóvia


    • 1.5 Conflito ideológico


    • 1.6 Guerra da Coreia (1950 - 1953)


    • 1.7 Corrida Espacial


    • 1.8 Arpanet


    • 1.9 Coexistência pacífica (1953 - 1962)


    • 1.10 Os países não alinhados


    • 1.11 Crises da Guerra Fria (1956 - 1962)


      • 1.11.1 Revolução húngara (1956)


      • 1.11.2 Guerra de Suez (1956)


      • 1.11.3 Crise dos Mísseis (1962)


      • 1.11.4 América Latina




    • 1.12 A Distensão (1962 - 1979)


      • 1.12.1 Guerra do Vietnã (1962 - 1975)


      • 1.12.2 A Distensão na Europa


      • 1.12.3 O reconhecimento da China pelos Estados Unidos




    • 1.13 A "Segunda" Guerra Fria (1979-1985)


      • 1.13.1 Guerra Afegã Soviética


      • 1.13.2 Outros acontecimentos marcantes




    • 1.14 Era Gorbachev e fim da Guerra Fria




  • 2 Ver também


  • 3 Referências


  • 4 Bibliografia


  • 5 Ligações externas





História







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Parte da série sobre a
História da Guerra Fria




Origens da Guerra Fria

Segunda Guerra Mundial
Conferências de Guerra
Bloco Oriental
Cortina de Ferro
Guerra Fria (1947–1953)
Guerra Fria (1953–1962)
Guerra Fria (1962–1979)
Guerra Fria (1979–1985)
Guerra Fria (1985–1991)

Cronologia  · Historiografia

Ver também: Cronologia da Guerra Fria


A Crise no Pós-Guerra



Ver artigo principal: Guerra Fria (1947–1953)

Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.


Os Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais.


Os Aliados divergiam sobre a forma de como manter a segurança do pós-guerra. Os aliados ocidentais queriam criar uma rede de segurança que, com governos quanto mais possível democráticos, resolvessem suas diferenças de forma pacífica através de organizações internacionais.[13] A Rússia devido à experiência, através da história de invasões frequentes, bem como a perda humana estimada em 27 milhões e a destruição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial, queria garantir sua segurança pelo controle dos assuntos internos de países vizinhos.[13]


Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.





Churchill, Roosevelt e Stalin na Conferência de Ialta, 1945.


Entretanto era notória desde o início da Guerra Fria a superioridade econômica norte americana. Em 1945 os Estados Unidos tinham metade do PIB mundial, 2/3 das reservas mundiais de ouro, 60% da capacidade industrial ativa do mundo, 67% da capacidade produtora de petróleo, além da maior Marinha e da maior Força Aérea que existia. Seus exércitos ocupavam parte da Europa ocidental e o Japão, algumas das zonas foram as mais ricas e industrializadas do mundo antes da Guerra. Também ocupavam parte do sudeste asiático, especificamente metade da península da Coreia e grande parte das ilhas do Pacífico. O território continental americano nunca havia sido realmente ameaçado durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a batalha travada geograficamente mais próxima do continente foi a de Pearl Harbor, no Havai.


Por sua vez a União Soviética ocupava a metade oriental da Europa e a metade norte da Ásia, uma parte da Manchúria e da Coreia, regiões tradicionalmente agrícolas e pobres. O próprio território soviético havia sido palco de batalhas durante a II Guerra Mundial, contra divisões alemãs. O resultado é que em 1945 os Estados Unidos contabilizavam cerca de 500 mil mortos na guerra, contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos (civis e militares). Centenas de cidades soviéticas estavam destruídas em 1945. A maior parte das indústrias, da capacidade produtiva agrícola e da infraestrutura de transportes, energia e comunicações estava destruída ou seriamente comprometida.


A Operação Impensável foi o nome de um plano inicial de guerra feito pelo governo britânico em 1945. Tal operação consistia na invasão da então União Soviética por forças militares britânicas, poloneses exilados, estadunidenses e mesmo alemães recém rendidos.



Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)



Ver artigos principais: Bloqueio de Berlim, Desnazificação, Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha e Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria

Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território de influência soviética. A comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita por pontes aéreas e terrestres.





C-47 no Aeroporto de Tempelhof em Berlim durante o Bloqueio de Berlim.


Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas zonas de influência, para fazer valer nestes territórios o Deutsche Mark (Marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou a ideia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência. Desse modo, em 23 de Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram fechadas pelas tropas soviéticas, privando a cidade de alimentos e combustíveis, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.


Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os países ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea, em que aviões de transporte de cargas estado-unidenses, ingleses, e australianos saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais de dois milhões de berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a derrota dos seus planos em 12 de Maio de 1949. Pouco depois, as zonas estadunidense, francesa e britânica se unificaram, originando a Bundesrepublik Deutschland (República Federativa da Alemanha ou Alemanha Ocidental), cuja capital era Bonn. Da zona soviética surgiu a Deutsche Demokratische Republik (República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental), com capital Berlim, a porção oriental.[14][15]


Plano Marshall e COMECON



Ver artigo principal: Plano Marshall, COMECON



Mapa da Europa mostrando os países que receberam ajuda do Plano Marshall. As colunas azuis mostram a quantidade total relativa de ajuda por país.


A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente. Durante os primeiros anos da Guerra Fria, principalmente, os Estados Unidos fizeram substanciais investimentos nos países aliados, com notável destaque para o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental.


O Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos apoio americano. A situação só se transformou com a explosão da Guerra da Coreia, que fez do Japão o principal aliado das tropas das Nações Unidas. Após a declaração da guerra, os americanos realizaram importantes investimentos na economia japonesa, que também foi impulsionada com a demanda de guerra.


Em 1951 foi elaborado o Plano Colombo, uma organização realizada por países do Sudeste Asiático, com intenções de reestruturação social. Os norte-americanos realizaram alguns investimentos para estimular a economia do subcontinente, mas o volume de capital investido foi muito menor ao destacado para o Plano Marshall, porém bem menos ambicioso, para estimular o desenvolvimento de países do sul e sudeste da Ásia.


Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.


Corrida armamentista



Ver artigo principal: Corrida armamentista


Mais informações: Teoria da intimidação

Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.


Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não convencionais, como armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram testadas, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: bomba atómica. Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos soviéticos.





Teste nuclear realizado em 18 de abril de 1953 na Área de Testes de Nevada, Estados Unidos.


A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.


A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Em 1953, nos Estados Unidos, o casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado a morte por transmitir à União Soviética segredos sobre a bomba atómica norte americana.


Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.


A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear maciço do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua Assegurada ou "Equilíbrio do terror".



OTAN e Pacto de Varsóvia



Ver artigos principais: Organização do Tratado do Atlântico Norte e Pacto de Varsóvia

Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos países europeus, suportados alguns destes com governos que incluíam os socialistas, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.


Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.


A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na informática.





Países membros da OTAN (tons de azul) e do Pacto de Varsóvia (tons de vermelho).



O macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 1950, culminou na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo estadunidense foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusados de atividades antiamericanas.


A era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico norte americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS aplicou extensivamente o Artigo 58 de seu Código Penal na Zona de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como "espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime stalinista, como pelo simples ato de contatar organizações com base nas Zonas ocupadas pelos Aliados ocidentais.[16] No campo especial da NKVD, em Bautzen, 66% dos presos tinham sido encarcerados por suspeita de apoiarem o capitalismo.[16]



Conflito ideológico





Capa de New Lies for Old de Anatoliy Golitsyn [17]





Selo postal comemorativo dos 50 anos da Rádio de Moscou.




Selo, de 1951, da campanha Crusade for Freedom [18] para incentivar a Radio Free Europe. Mostra um mundo luminoso de tolerância religiosa (acima) contrastando com a sombria e infernal opressão comunista (abaixo).




Selo postal soviético de 1980 sobre a exploração espacial.





Is this tomorrow: America under communism ! ("Este será o amanhã: a América sob o comunismo !"), revista em quadrinhos de propaganda anticomunista de 1947.



Durante o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi acirrada. As duas superpotências fizeram grandes esforços de propaganda política no intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam sua propaganda político-ideológica em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sociocultural era superior. Setores como tecnologia (ver: Programa espacial dos Estados Unidos e Programa espacial soviético) e mesmo esporte (ver: Boicote aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980 e Jogos Olímpicos de Verão de 1984), eram usados para fins de propaganda.


Os serviços de inteligência e espionagem na Guerra Fria desempenharam papel decisivo nesta disputa. Usando de contrainformação, agentes soviéticos infiltrados conseguiram induzir governos ocidentais ao erro,[19] atuando nos EUA já na presidência de Franklin Delano Roosevelt.[20][21] Por exemplo, Harry Dexter White, funcionário que ocupou importantes cargos no governo estadunidense, era na realidade, um agente a serviço da URSS.[22] E que, por meio de manipulação de informações, ajudou a sabotar as relações nipo-americanas gerando tensão e desconfianças em ambos os lados.[22] As ações de White levaram o Império do Japão a, erroneamente, tomar a decisão de lançar o ataque a Pearl Harbor, precipitando a entrada dos EUA na guerra mundial, o que era de interesse da URSS.[22] Ainda durante a II Guerra Mundial, britânicos e estadunidenses retiraram o apoio dado ao general conservador Draža Mihailović líder dos Chetniks (movimento de resistência antifascista), resultando na implantação do comunismo na Iugoslávia no pós-guerra, sob comando de Josip Broz Tito.[19] Na Guerra Civil Chinesa, os EUA não concederam apoio efetivo a Chiang Kai-shek, líder do exército nacionalista do Kuomintang. Assim, o movimento comunista, liderado por Mao Tsé-Tung, foi vitorioso.[19] Estes equívocos (e outros) deveram-se ao trabalho de desinformação empregado pelos soviéticos.[19]














Os serviços secretos americanos tiveram várias vitórias de pequena escala. Por exemplo, na chamada exfiltração, que é auxiliar um alto funcionário do governo inimigo que deseja desertar. Tanto EUA quanto Reino Unido exfiltraram muitas pessoas. Mas na escala macroscópica, a KGB fez os governos ocidentais de trouxas.[19]

 

Olavo de Carvalho.


Em seu avanço para a Alemanha Nazista, o exército vermelho ocupou o Leste Europeu, levando governos pró soviéticos ao poder nos países da região. Do "socialismo em um só país" chegou-se à "revolução mundial" e, no final do conflito, o comunismo estava presente em 12 países.[23]


Com a vitória sobre o nazifascismo garantida, o general George S. Patton desejava enfrentar os soviéticos, defendendo a estratégia de "rollback" (confronto militar direto ou guerra "quente"), pois considerava o comunismo uma ameaça maior. O exército dos Estados Unidos encontrava-se na Europa e a URSS estava esgotada pela guerra. Na visão de Patton, aquela era uma oportunidade única para enfrentá-los que não deveria ser desperdiçada. Em 7 de Maio de 1945 (um dia antes do Dia da Vitória na Europa), Patton declarou:[23][24]







(...) Não vamos dar tempo a eles (soviéticos) de arranjar suprimentos. Se dermos, teremos apenas vencido e desarmado a Alemanha mas teremos falhado na libertação da Europa; teremos perdido a guerra!
(...) Devemos manter nossas botas polidas, baionetas afiadas, e apresentarmo-nos fortes perante os russos. Esta é a única linguagem que eles entendem e respeitam.


Porém, terminada a guerra, o bloco ocidental adotou a "estratégia de contenção" em lugar do confronto direto. Esta foi aplicada numa tentativa de impedir uma maior expansão geopolítica do bloco comunista (ver: teoria do dominó). A contenção teve êxito em barrar a expansão do comunismo na Europa Ocidental, mas não impediu o surgimento de regimes comunistas em países da América Latina, África e Ásia.


Vários dissidentes soviéticos desertaram para o ocidente. Muitos destes desertores denunciaram crimes contra a humanidade cometidos pela URSS, seus estados satélites e por movimentos marxistas-leninistas associados. Também foram reveladas ações de espionagem e esforços de propaganda para provocar subversão no mundo ocidental. Muitos dissidentes que revelaram fatos sobre a URSS, foram tratados com ceticismo ou descrédito por governos e mídia de países democráticos e também foram alvo de campanhas difamatórias movidas pelo governo soviético.


Victor Kravchenko pediu asilo político aos EUA em 1944. Dois anos depois publicou o livro I Choose Freedom [25] (Eu Escolhi a Liberdade). Nesta obra, ele denuncia os trágicos resultados da coletivização forçada na União Soviética e as condições desumanas dos Gulags (campos de trabalho forçado) mais de trinta anos antes da publicação de Arquipélago Gulag de Alexander Soljenítsin. Kravchenko foi vítima de uma campanha difamatória, neste caso, veiculada pela revista francesa Les Lettres Françaises. Isto, valeu ao semanário um processo por difamação, vencido por Kravchenko, que foi conhecido como "o julgamento do século".[26]


Igor Gouzenko, ex funcionário da embaixada soviética no Canadá, denunciou que a espionagem de seu país roubava dos EUA segredos para a fabricação de armas nucleares. O livro Como Começou a Guerra Fria traz detalhes sobre as denúncias de Gouzenko. Em 1953, os norte americanos Julius e Ethel Rosenberg foram condenados à pena de morte por traição, acusados de transmitirem segredos, incluindo tecnologia nuclear, para a URSS.


Anatoliy Golitsyn afirmou que a ruptura sino-soviética (seguido do conflito fronteiriço sino-soviético) foi uma farsa encenada para criar a ilusão de que o bloco comunista estava dividido internamente e, assim, enganar o ocidente.[17]Estudiosos acusam o Movimento Não Alinhado de ter sido idealizado pelos serviços de inteligência soviéticos, com o objetivo de disseminar, no terceiro mundo, o antiamericanismo "camuflado" de neutralidade.[27] Golitsyn defendia a ideia que Ruptura Tito-Stalin não havia sido real, atendendo aos interesses da propaganda comunista ao reforçar a sensação da existência de neutralidades dentro do bloco.[17]


Svetlana Alliluyeva, filha de Josef Stalin, em viagem à Índia, solicitou asilo político para a embaixada norte americana em Nova Deli.[28] Sua autobiografia Twenty Letters To A Friend [29] seria publicada em 1967 coincidindo com o 50º aniversário da Revolução Russa. Pressões da URSS adiaram o lançamento do livro. A KGB fez planos para assassiná-la mas, como seria fácil vincular a inteligência soviética a este assassinato, caso ocorresse, tais planos nunca foram executados.[28] Svetlana denunciou as violências praticadas pelo regime soviético, antes e depois de seu pai.[29]














Ele se foi, mas sua sombra ainda está sobre nós. Ele continua dando ordens e nós, muitas vezes, ainda obedecemos.[30]

 

Svetlana Alliluyeva sobre seu pai.


Yuri Bezmenov, correspondente da agência de notícias RIA Novosti na Índia e agente da KGB, desertou para o Canadá em 1970. Revelou ao ocidente as estratégias usadas para incitar a subversão em países nas quais a URSS almejava implantar governos satélites. Descreveu que o processo de subversão de uma sociedade consiste em quatro fases distintas [31] ("desmoralização", "desestabilização", "crise", "normalização"). Cada fase busca um objetivo: desacreditar ("desmoralizar") religião, valores e cultura; desorganizar ("desestabilizar") as estruturas política, econômica e sociocultural; incitar desordem generalizada ("crise") precipitando a implantação de um governo pró soviético e, após, estabilizar ("normalizar") a situação deste país.[32] Segundo ele, a subversão é executada por agentes estrangeiros ou colaboradores locais que infiltram-se em diversas áreas, que vão de grupos religiosos, partidos políticos, meio empresarial e mídia conservadora a defensores dos direitos civis, homossexuais, feministas e indústria cultural.[32] Alertava que, na fase de "normalização" os colaboradores mais idealistas e radicais (os "idiotas úteis") eram descartados, muitas vezes sendo eliminados fisicamente.[32] Yuri Bezmenov deu inúmeros exemplos disto em livros, palestras,[32] entrevistas e conferências.


No período pós Guerra Fria, organizações internacionais reprovaram as violências praticadas em nome do comunismo. Em 25 de Janeiro de 2006, o Conselho da Europa oficializou uma resolução condenando os crimes dos governos que adotaram este sistema.[33][34] Em 2008 foi firmada, na República Tcheca, a Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo (colocando no mesmo nível os crimes do marxismo-leninismo e do nazifascismo) e o Parlamento Europeu instituiu o Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo,[35][36][37] internacionalmente conhecido como o Dia da Fita Preta, (23 de agosto, dia da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop).


Governos autoritários pró EUA e pró URSS, em todo o mundo, fizeram muitas vítimas. Repressão política, censura, exílio, tortura e assassinato foram praticados igualmente por governos comunistas e anticomunistas. Regimes políticos conservadores, reacionários e contrarrevolucionários de direita, apoiados pelos estadunidenses (ver: Ações de mudanças de regimes patrocinadas pela CIA), foram responsáveis por graves violações dos direitos humanos (ver: Arquivo do Terror, Operação Condor e The War on Democracy). Contudo, estatísticas atuais [38] comprovam que o total de vítimas dos regimes comunistas, alinhados ou não, foi numericamente muito maior [39] (ver: Memorial das Vítimas do Comunismo, O Livro Negro do Comunismo e The Soviet Story).



Guerra da Coreia (1950 - 1953)



Ver artigo principal: Guerra da Coreia


Ver também: Crimes de guerra atribuídos às Coreias



Centenas de milhares de sul-coreanos fugiram para o sul, em meados de 1950 depois que o exército norte-coreano invadiu.


O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado havia forças militares estadunidenses e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. A península da Coreia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da China, comunista; era a República Popular Democrática da Coreia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas norte-americanas e permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida como República da Coreia.


Em 1950, os líderes da Coreia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China um ano antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coreia sob o comando de um governo socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado. Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a formação de uma força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na ocasião a URSS se recusou a participar da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que esta medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.


As tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e partindo em uma investida contra o norte. A China, sentindo-se ameaçada pela aproximação das forças ocidentais, enviou reforços à frente de batalha, fazendo da Coreia um grande campo de batalha.


Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano Douglas MacArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte e a China, mas foi afastado do comando das forças americanas.


Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em 1953, é que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a península da Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos das duas Coreias anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coreia do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coreia do Sul, Kim Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.


Corrida Espacial





Iuri Gagarin, o primeiro humano a viajar pelo espaço.



Ver artigo principal: Corrida espacial

Durante a Guerra Fria, inúmeras inovações tecnológicas foram criadas como parte de um esforço de superioridade intelectual por parte dos Estados Unidos e a União Soviética.[40] Inovações em química, física e informática são alguns exemplos onde os dois países competiram para avançar seu poder militar.


A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia espacial.[40]


Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram Sputnik 1, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta e que desencadeou a "crise do Sputnik". Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.


Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar a Vostok 1, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo.





Astronauta Buzz Aldrin fotografado por Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) durante a missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969.


A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadunidenses na chegada ao satélite.[40] As missões Zond deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.


O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.[40]


A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta a ter relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela disputa. O presidente dos Estados Unidos anuncia investimentos bilionários na construção de um sistema de armas espaciais e defesa antimísseis balísticos.[40] A oficialmente denominada Iniciativa Estratégica de Defesa e conhecida como guerra nas estrelas, poderia defender o território americano dos mísseis russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua Assegurada.


Neste contexto os Estados Unidos enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis: o ônibus espacial.[40] A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus espacial, (o Buran) mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de ogivas nucleares, a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em 1987, quando já estavam avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra Fria.


Arpanet



Ver artigo principal: ARPANET




Mapa da rede ARPANET em 1972.


Outro campo em que ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra Fria foi o das comunicações. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores, que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficaria conhecida como Arpanet.


A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. A infraestrutura da rede foi construída com fibra óptica para não sofrer interferência dos pulsos eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares.[41] O sistema foi inaugurado com sucesso em 1969, na Universidade da Califórnia (UCLA), com o envio de uma mensagem de caracteres para outro servidor.


Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação da atualidade.



Coexistência pacífica (1953 - 1962)



Ver artigo principal: Coexistência pacífica




Nikita Khrushchov.


Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor (ver: Discurso secreto e Crimes de guerra soviéticos) e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial).


Houve apenas tentativas de espionagem. Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchov reuniu-se diversas vezes com os presidentes americanos: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se encontrou uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.



Os países não alinhados



Ver artigos principais: Conferência de Bandung e Movimento Não Alinhado

Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países africanos, asiáticos e ex colônias europeias de independência recente. Para garantir sua neutralidade, os assim denominados países não alinhados promoveram, em abril de 1955 e através da Conferência de Bandung, a criação do Movimento Não Alinhado. Seu objetivo era dar apoio e segurança aos países em desenvolvimento contra as duas superpotências. Condenavam o colonialismo, imperialismo e o domínio de países estrangeiros em geral.[42]


A primeira conferência do movimento foi realizada em setembro de 1961, na cidade de Belgrado, com a presença de representantes de 25 países.[42] Nessas conferências, se torna óbvio os conflitos entre os países do movimento, como por exemplo, entre o Irã e o Iraque, o que favorecia a posição das duas superpotências e até da China. Além disso, era difícil a neutralidade dos países por causa da fraca economia e agrava-se pelo atraso no desenvolvimento dos países recém-independentes.[43]


Com o fim da Guerra Fria e a extinção da União Soviética, o princípio político de "neutralidade" deixou de ter um sentido comum.[43]



Crises da Guerra Fria (1956 - 1962)



Revolução húngara (1956)



Ver artigo principal: Primavera de Praga, Revolução Húngara de 1956

Na Hungria, a ocupação da Hungria pelo Exército Vermelho, após a Segunda Guerra Mundial, garantiu a influência da União Soviética sobre a região.[44] O país no período pós-guerra tornou-se uma democracia pluripartidária, até 1949, quando a República Popular da Hungria foi declarada[45] e tornou-se um estado comunista liderado por Mátyás Rákosi.[46] Com o novo governo, começou uma série de prisões em campos de concentração, torturas, julgamentos e deportações para o leste. A economia não estava a ir muito bem, sofria com a desvalorização da moeda húngara, o pengő, considerada uma das mais altas hiperinflações conhecidas.


Esgotados com os índices econômicos cada vez piores e com os governos de Enrö Gero e Mátyás Rákosi, a população tomou as ruas de Budapeste na noite de 23 de outubro de 1956.[9] O objetivo desse levante era o fim da ocupação da União Soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro".[47] Houve um confronto entre autoridades policiais e manifestantes e durante esse confronto, houve a derrubada da estátua de Josef Stálin.[9]


Mesmo após a troca de governo, os conflitos foram intensificando-se. Com isso, os soviéticos organizaram uma trégua com os populares. Logo após, o exército soviético executou uma violenta ação contra os populares, colocando no poder Janos Kadar. No dia 4 de novembro de 1956, um novo exército soviético provocou destruição nas ruas da capital húngara. Os populares foram derrubados.[9]



Guerra de Suez (1956)



Ver artigo principal: Guerra do Suez

O rei do Egito, pró-europeu, foi derrubado por Gamal Abdel Nasser em 1953, que procurou instalar uma política nacionalista e pan-arabista. Sua primeira manobra política de efeito foi a guerra que declarou contra o recém-criado estado de Israel, porque eles teriam humilhado os árabes na Guerra de Independência Israelita. Com os clamores de outros países árabes para uma nova investida contra os judeus, Nasser aliou-se à Jordânia e à Síria.




Ficheiro:1956-07-30 Suez Canal Seized.ogvReproduzir conteúdo

Anúncio na nacionalização do Canal de Suez, feito por Gamal Abdel Nasser.


Na mesma época, Nasser teria declarado a intenção de nacionalizar o Canal de Suez, que era controlado majoritariamente por franceses e britânicos. Isso preocupou as duas potências, que necessitavam do canal para seus interesses colonialistas na África e Ásia. Assim, a França, o Reino Unido e Israel decidiram formar uma aliança, declararam guerra ao Egito de Nasser e cuidaram da ocupação do Egito. Os europeus cuidaram de bombardear e lançar paraquedistas em locais estratégicos, enquanto os israelitas cuidaram da invasão terrestre, invadindo a península do Sinai poucos dias depois.


A guerra no Egito perturbou a paz que vinha sendo mantida entre Washington D.C. e Moscou. Dwight D. Eisenhower, então presidente americano, criticava a repressão em Budapeste, na Hungria, e teve que provar que era contra a invasão a Israel. Os Estados Unidos tentaram várias vezes fazer os europeus mudarem de ideia e retirar os ocupantes do Egito, ao mesmo tempo que Khrushchev demandava respostas. Os Estados Unidos, inclusive, tentaram, a 30 de Outubro de 1956, levar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a petição de retirada das tropas do Egito, mas França e Reino Unido vetaram a petição. A União Soviética seguia a mesma linha de raciocínio dos Estados Unidos, sendo, assim, favorável à desocupação das terras egípcias porque queria estreitar laços com os árabes, e se aliou rapidamente à Síria e ao Egito.


A crescente pressão econômica estadunidense e a ameaça de Khrushchov de que "modernas armas de destruição" seriam usadas em Londres e Paris fizeram os dois países recuarem, e os aliados se retiraram do Sinai em 1957. Após a retirada, o Reino Unido e a França foram forçados a perceber que não eram mais líderes políticos do mundo, enquanto o Egito manteve sua política nacionalista e, mais tarde, pró-soviética.



Crise dos Mísseis (1962)



Ver artigo principal: Crise dos mísseis de Cuba




Submarino Soviético B-59 [48] (c. 28 de Outubro de 1962) próximo a Cuba, sendo observado por um helicóptero da Marinha dos Estados Unidos (ver: Vasili Arkhipov).


Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959, que retirou o ditador pró-estadunidense Fulgêncio Batista do poder, e instaurou a ditadura de Fidel Castro. A instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca que ainda em 1959 tentou depor o novo governo, apoiando membros ligados ao antigo regime e iniciando um embargo econômico à ilha. Com o bloqueio do comércio de petróleo e grãos, Cuba passa a adquirir esses produtos da URSS. O governo de Fidel Castro, inicialmente composto por uma frente de grupos nacionalistas, populistas e de esquerda, que variava de social-democratas aos de inspiração marxista-leninista, rapidamente polarizaria em torno dos líderes mais pró-URSS. Em 1961, a CIA chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados que deporiam Fidel Castro na operação da invasão da Baía dos Porcos, que foi um fracasso completo. Diante desta situação o novo regime cubano se aproxima rapidamente da URSS, que oferece proteção militar.


Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba. Segundo Kruschev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os Estados Unidos tentassem nova investida contra os cubanos. Por outro lado, no plano estratégico global, isto representava uma resposta à instalação de mísseis Júpiter II pelos estadunidenses na cidade de Esmirna, Turquia, que poderiam ser usadas para bombardear todas as grandes cidades da União Soviética.




Local de lançamento de mísseis em Cuba, dia 1 de novembro de 1962.


Rapidamente, o presidente Kennedy tomou medidas contrárias, como a ordenação de quarentena à ilha de Cuba, posicionando navios militares no mar do Caribe e fechando os contatos marítimos entre a União Soviética e Cuba. Vários pontos foram levantados a respeito deste bloqueio naval: os soviéticos disseram que não entendiam porque Kennedy havia tomado essa medida, já que vários mísseis estadunidenses estavam instalados em territórios dos países da OTAN contra os soviéticos, em distâncias equivalentes àquela entre Cuba e os Estados Unidos; Fidel Castro revelou que não havia nada de ilegal em instalar mísseis soviéticos em seu território[carece de fontes?]; e o primeiro-ministro britânico Harold Macmillan disse não ter entendido por que não foi sequer ventilada a hipótese de acordo diplomático[carece de fontes?].


Em 23 e 24 de outubro, Kruschev teria enviado uma carta a Kennedy[carece de fontes?], informando suas intenções pacíficas. Em 26 de outubro disse que retiraria seus mísseis de Cuba se Washington se comprometesse a não invadir Cuba[carece de fontes?]. No dia seguinte, pediu também a retirada dos balísticos Júpiter da Turquia. Mesmo assim, dois aviões espiões estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na Sibéria em 27 de Outubro, o ápice da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi obrigado a ceder aos pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar Cuba. Assim, Nikita Kruschev retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha. Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder soviético, que foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos estadunidenses.


Dois anos depois, Kruschev não aguentou a pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados Unidos. O general Curtis LeMay disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história estadunidense" [carece de fontes?], e pediu para que os Estados Unidos invadissem imediatamente Cuba[carece de fontes?].



América Latina



Ver artigo principal: Intervencionismo

Ver também: Lista de golpes de Estado bem-sucedidos





What you need, man, is a revolution like mine. ("O que você precisa, cara, é de uma revolução como a minha."): Fidel Castro aconselhando o Brasil, enquanto conduz Cuba acorrentada. Charge de Edmund S. Valtman, publicada em 31 de Agosto de 1961 e ganhadora do Prêmio Pulitzer no ano seguinte.[49]




Tanques em frente ao Congresso Nacional patrulham a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, após o golpe militar de 1964.




Bombardeio ao Palácio de La Moneda, em Santiago, durante o Golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973.



Durante a Guerra Fria, a propaganda e os esforços anticomunistas dos Estados Unidos fizeram-se sentir na região. De 1946 a 1984, os Estados Unidos mantiveram no Panamá a Escola das Américas. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do Panamá Manuel Noriega, e Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar da Argentina. A partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de golpes de estado contra governos latino-americanos[50][51] (ver: Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA). Após a Revolução cubana, o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos foram removidos do poder.


Em 1961, o presidente Kennedy criou a Aliança para o Progresso, para abrandar as tensões sociais e auxiliar no desenvolvimento econômico das nações latino-americanas, além de conter o avanço comunista no continente americano. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto pretendia-se afastar a possibilidade das nações da América Latina alinharem-se com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente Richard Nixon.


Alguns dos golpes de Estado ocorridos na América Latina neste período:




  • 1954: Golpe de Estado na Guatemala - Jacobo Arbenz Guzmán presidente reformista, eleito, foi deposto pelo 1º Golpe de Estado promovido pela CIA na América Latina.[52]


  • 1964: Golpe de Estado no Brasil: João Goulart foi deposto por uma revolta militar e exilou-se no Uruguai.


  • 1973: Golpe de Estado no Chile: em 11 de Setembro de 1973, uma rebelião militar liderada por Augusto Pinochet e apoiada pelos Estados Unidos, depôs o presidente Salvador Allende.


Paralelamente, ao longo de todo este período, a União Soviética trabalhou intensamente para consolidar sua influência ideológica e política na América Latina. Com auxílio de colaboradores locais e de serviços de inteligência de nações em sua esfera de influência, a URSS conseguiu infiltrar-se em vários países. Em parceria com a StB [53][54] (inteligência da Tchecoslováquia), a KGB teve sucesso em infiltrar seus agentes de influência nas mais variadas áreas: política, meios estudantil, acadêmico e militar, indústria cultural, instituições científicas, mídia, etc.[55]México, Uruguai, Argentina, Chile e Brasil foram alguns dos países afetados por estas ações.[54][55]


Os esforços soviéticos estendiam-se pelas seguintes frentes:



  • Apoio à luta armada: A URSS ministrava cursos em entidades, como a escola da Komsomol (Liga Comunista Leninista da Juventude de Toda a União), que incluíam em seus currículos, treinamento militar e doutrinação ideológica. Aliados soviéticos como República Popular da China,[56]Coreia do Norte,[57]Albânia [56] e Cuba [58] ofereceram formação militar, doutrinação e ajuda financeira para a guerrilha de diversos países das Américas. Em 1966, por iniciativa de Fidel Castro, foi criada a OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade). Esta entidade, que apoiava a luta armada, tinha o slogan: "o dever de uma revolução, é fazer revolução", significando que Havana desejava a liderança dos movimentos revolucionários em toda a região.[59]

  • Desinformação: o serviço de inteligência soviético fez uso intensivo de manipulação da mídia e desinformação.[55] Com suporte financeiro e influência ideológica, os agentes de influência da URSS espalhados pela mídia latino-americana, conseguiram disseminar o antiamericanismo.[54] Todos os esforços de propaganda eram feitos para difamar os EUA e responsabiliza-los por todas as crises mundiais.[55] Plantando notícias falsas pelo continente, a KGB/StB distorceu os fatos sobre o golpe de estado brasileiro de Março/Abril de 1964, atribuindo aos EUA toda a responsabilidade pela deposição de João Goulart [55] (ver: Mikhail Ivanovich Filonenko e Ladislav Bittman).



A Distensão (1962 - 1979)



Ver artigos principais: Détente e Guerra Fria (1962–1979)




Jimmy Carter e Leonid Brejnev assinando o SALT II, em 1979.


O período da distensão (Détente) seguiu-se à Crise dos Mísseis, por ela quase ter levado as duas superpotências a um embate nuclear. Os Estados Unidos e a URSS decidiram, então, realizar acordos para evitar uma catástrofe mundial. Nesta época, vários tratados foram assinados entre os dois lados. A política Détente, foi principalmente seguida por Brejnev, que mais tarde criaria um grande sistema diplomático e de distensão, sendo este o sistema que salvaria a pele de Brejnev, que entrara em uma estagnação econômica, apesar de alcançar um bem-estar para o povo soviético. Durante a direção de Brejnev e sua inseparável doutrina, o povo que nascera depois da Guerra Fria nunca havia presenciado um momento de tanta paz mundial.



  • Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a pesquisa de novas tecnologias nucleares e concordaram em não ocupar a Antártida.

  • TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968) - Os países signatários (Estados Unidos, União Soviética, República Popular da China, França e Reino Unido) comprometiam-se a não transmitir tecnologia nuclear a outros e a se desarmarem de arsenais nucleares.

  • SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação de Armamentos Estratégicos) (1972) - Previa o congelamento de arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União Soviética.

  • SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I. (ver: Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas)


Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos militares e políticos. A União Soviética estava com problemas nos relacionamentos com a China, e viu este país se desalinhar do socialismo monopolista de Moscou. Isso criou a prática da diplomacia triangular, entre Washington, Moscou e Pequim. Também estavam com dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados Unidos haviam entrado numa guerra contra o Vietnã, e na década de 1970 entrariam em uma grave crise econômica.


A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e ideológica, culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na Europa e no Terceiro Mundo. Como exemplo, pode-se citar a Invasão do Afeganistão, a Intervenção Soviética em Praga, e a própria guerra do Vietnã.



Guerra do Vietnã (1962 - 1975)




Um helicóptero americano UH-1D desembarcando homens para a Batalha de la Drang.




Corpos de vietnamitas em Saigon, Vietname do Sul, 1968.



Ver artigo principal: Guerra do Vietnã

A Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas no período da Guerra Fria. Opôs o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietname do Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados Unidos.


Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria dividido em duas zonas de influência, como a Coreia, e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas cada uma sob um dos regimes (capitalismo e socialismo). Foi estipulada uma data (1957) para a realização de um plebiscito, decidindo entre a reunificação do país ou não e, se sim, qual regime seria adotado.


Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, Ho Chi Minh, era muito benquisto entre a população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do Vietname do Sul decidiu proibir o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietname do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.


O Vietname do Norte contou com o apoio da Frente de Liberação Nacional, ou vietcongs, um grupo de rebeldes no Vietname do Sul. E o Vietname do Sul contou, em 1965, com a ajuda dos Estados Unidos. Eles entraram na guerra para manter o governo capitalista no Vietname, e temendo a ideia do "efeito dominó" (Teoria do Dominó) no qual, ao verem um país que se libertou do capitalismo preferindo o socialismo, outros países poderiam seguir o exemplo (como foi o caso de Cuba).


Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas quando os Estados Unidos se lançaram ao ataque contra o Vietname do Norte, tudo parecia indicar que seria um grande massacre dos vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do norte viram nessa guerra uma extensão da guerra de independência que haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram incessantemente. Contando com o conhecimento do território, os vietnamitas do norte conseguiram vencer os Estados Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos Estados Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, onde os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime comunista de Ho Chi Minh.


A derrota dos Estados Unidos evidenciou o fracasso da política norte-americana na Ásia e acarretou a reformulação, no Governo Nixon, da política externa no Oriente. Com isso, os norte-americanos buscaram uma maior flexibilidade e novos parceiros, destacando a aproximação com a China comunista.



A Distensão na Europa


A Europa, continente que mais sofreu com a divisão mundial, também sofreu os efeitos da distensão política. Os países começaram a questionar as ideologias a que foram impostos, e optaram cada vez mais pelo abrandamento, no lado ocidental, e pela revolta popular seguida de forte repressão, no lado oriental.



  • Em 1968, a Tchecoslováquia viu uma grande manifestação popular apoiar ideias de abertura política em direção à social-democracia e a um "socialismo com uma face humana". Este movimento ficou conhecido como Primavera de Praga, em alusão à capital da Tchecoslováquia, Praga, local onde os movimentos populares tomavam corpo. Temendo a liberdade política da Tchecoslováquia, Leonid Brejnev, líder da URSS, ordenou a invasão de Praga e a repressão do movimento popular.

  • Em 1966, Charles de Gaulle, presidente da França, manteve os seus ideais de nacionalismo francês e antiamericanismo e desalinhou-se com as práticas estadunidenses, saindo da OTAN.

  • Em 1969, o chanceler da Alemanha Ocidental anuncia a "Ostpolitik", uma política de aproximação dos vizinhos, os alemães orientais. Em 1972 os Estados passam a se reconhecerem mutuamente podendo, assim, voltar a integrar a ONU.


O reconhecimento da China pelos Estados Unidos



Ver artigo principal: Relações entre China e Estados Unidos



Mao Tsé-Tung e Richard Nixon, em 29 de Fevereiro de 1972, durante a visita do presidente estadounidense a China.[60]


Desde o início da década de 1950 a República Popular da China tinha problemas com a União Soviética, por causa de hierarquia de poderes. Moscou queria que o socialismo no mundo fosse unificado, sob a tutela do Kremlin, enquanto Pequim achava que a República Popular da China não deveria se submeter aos soviéticos. Além disso, o governo chines exigia que a URSS transferisse sua tecnologia nuclear para a China, o que não era bem visto por Moscou. Este processo acabou levando a ruptura sino-soviética.


Ao longo dos anos 1960 os Estados Unidos iniciaram uma aproximação com a URSS que levaria ao que ficou conhecido como distensão política, enquanto recrudesceram suas relações com a China comunista, aprofundando a disputa com este pais no Sudeste Asiático, onde se aprofundava a Guerra do Vietnã. Neste período as disputas entre URSS e China cresceram ainda mais. Esta tensão tornou-se um problema crescente para os soviéticos, que perdiam um forte aliado no Leste Asiático e passaram a ver a China como uma potencial ameaça. No fim dos anos 1960, a China passa a manter cerca de 1 milhão de soldados na fronteira com a URSS, o que força a URSS a manter outro volume equivalente de tropas na região.


O auge da disputa entre China e URSS é considerado o ano de 1969, quando ocorre um confronto armado na fronteira sino-soviética, na região do rio Ussuri (nordeste da Manchúria) e os dois países quase entram em guerra.


Nos anos 1970 a situação se inverte e os Estados Unidos passam a se aproximar da China e isolar novamente a URSS, iniciando inclusive um processo de ampliação das relações ecônomicas com a China e de guerra comercial com a URSS.[61]


Estas mudanças ocorridas na década de 1970, pioraram ainda mais a situação da URSS, pois Mao Tse-tung, secretario-geral da China socialista, ampliou o processo de aproximação com os Estados Unidos. Além de isolar a URSS, a aproximação com os Estados Unidos trouxe vantagens para a China, como o fim da Guerra do Vietnã, o reconhecimento diplomático pelos americanos, a adesão da China à ONU e a substituição de Taiwan (China nacionalista) pela China no Conselho de Segurança da ONU.


Desde a Revolução Chinesa de 1949, o mundo ocidental via o governo de Mao Tse-Tung como ilegal, e continuaram reconhecendo como governo legítimo da China o governo refugiado em Taiwan. Com a aproximação entre Pequim e Washington, os Estados Unidos passaram a reconhecer o governo de Mao Tse-tung como o legítimo regente chinês, ou seja, a República Popular da China como a China de fato. Assim, outros países ocidentais tomaram a mesma decisão, e a China pôde entrar para ONU, como participante e como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã e iniciaram uma nova fase de cooperação com a China. A partir deste período, e principalmente nos anos 1980, a China passaria a apoiar os Estados Unidos na disputa deste pais com a URSS.



A "Segunda" Guerra Fria (1979-1985)



Ver artigo principal: Guerra Fria (1979–1985)


Disambig grey.svg Nota: Não confundir com Segunda Guerra Fria.



A Guerra Fria em 1980.


Após o ano de 1979, seguiu-se uma nova fase nas relações amistosas entre os Estados Unidos e a União Soviética, que ampliaram as relações entre as duas superpotências. O período que vai de 1979 a 1985, 1987 ou 1988 (dependendo da classificação), ficou conhecido como "II Guerra Fria", devido à retomada das hostilidades indiretas entre Estados Unidos e URSS, após o período da "distensão". No plano estratégico ficou clara a formação de uma grande coalizão global contra a União Soviética, que passou a incluir, além dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN e o Japão, também a China.[62]


Embora na época o apoio chinês à estratégia americana de cercamento da URSS tenha sido considerado secundário, hoje muitos historiadores consideram que este papel pode ter sido determinante para o desfecho da Guerra Fria.


Os principais episódios que marcaram este período foram:



Guerra Afegã Soviética



Ver artigo principal: Guerra do Afeganistão (1979–1989)


Mais informações: Crimes de guerra soviéticos

Em abril de 1978, o Partido Democrático do Povo do Afeganistão (PDPA) assumiu o poder no Afeganistão na Revolução de Saur. Em poucos meses, os opositores do governo comunista lançaram uma revolta no leste do Afeganistão que se expandiu rapidamente para uma guerra civil levada a cabo pelos guerrilheiros mujahideen contra as forças do governo em todo o país. [63] Os mujahideen do Afeganistão receberam treinamento militar e armas nos vizinhos Paquistão e China [64][65], enquanto a União Soviética enviou milhares de conselheiros militares para apoiar o governo PDPA. [63]. Em meados de 1979, os Estados Unidos começaram um programa secreto para ajudar os rebeldes fundamentalistas islâmicos, os mujahideen.[66]


Em setembro de 1979, o presidente Nur Muhammad Taraki foi assassinado em um golpe dentro do PDPA orquestrado por Hafizullah Amin, que assumiu a presidência. Desconhecido pelos soviéticos, Amin foi assassinado por forças especiais soviéticas em dezembro de 1979. Um governo organizado pelos soviéticos, liderado por Babrak Karmal preencheu o vácuo de poder. As tropas soviéticas foram implantadas para estabilizar o Afeganistão sob Karmal em números mais substanciais, embora o governo soviético não esperasse fazer a maioria dos combates no Afeganistão. Como resultado, no entanto, os soviéticos estavam agora envolvidos no que havia sido uma guerra doméstica no Afeganistão. [67]


Carter respondeu à intervenção soviética retirando o tratado SALT II do Senado, impondo embargos aos embarques de grãos e tecnologia para a URSS e exigindo um aumento significativo nos gastos militares e anunciou ainda que os Estados Unidos boicotariam as Jogos Olímpicos de Verão de 1980 em Moscou. Carter descreveu a incursão soviética como "a ameaça mais séria para a paz desde a Segunda Guerra Mundial".


Embora Brezhnev estivesse convencido em 1979 de que a guerra soviética no Afeganistão seria breve, os guerrilheiros muçulmanos, auxiliados pelos EUA, China, Grã-Bretanha, Arábia Saudita e Paquistão [65] travaram uma feroz resistência contra a invasão. [68] O Kremlin enviou cerca de 100 mil soldados para apoiar o seu regime de fantoches no Afeganistão, levando muitos observadores a chamar a guerra de "Vietnã da União Soviética".[68] No entanto, uma derrota de Moscou no Afeganistão se revelou muito mais desastroso para os soviéticos do que o Vietnã tinha sido para os americanos porque o conflito coincidiu com um período de crise econômica interna na União Soviética. Em 1989 o conflito chegou ao fim, com a derrota da União Soviética. Alguns estudiosos acreditam que o custo econômico e militar deste conflito contribuiu consideravelmente para o colapso da União Soviética em 1991.


Outros acontecimentos marcantes



  • Ainda em 1979 Margaret Thatcher foi eleita primeira-ministra do Reino Unido pelo Partido Conservador, e deu à política externa do país uma face mais agressiva contra o regime soviético.

  • Por fim, ainda em 1979 o principal aliado americano no Golfo Pérsico, o Irã, que passava por grande turbulência interna, passa por uma Revolução Islâmica nacionalista e de caráter fortemente antiamericana, que levou os Estados Unidos a iniciarem uma longa disputa com o novo regime no país.[69] Como resultado deste processo, a partir de 1980, os Estados Unidos passaram a apoiar o Iraque na guerra deste país contra o Irã, que ficou conhecida como "Guerra Irã-Iraque".

  • Em 1981, Ronald Reagan foi eleito presidente dos Estados Unidos e, ao contrário de seus antecessores, que pregavam a Distensão, Reagan defendia a retomada da estrategia de cercamento da URSS, conforme defendido por Henry Kissinger no fim dos anos 1970 e, de forma mais clara, por Zbigniew Brzezinski e Donald Rumsfeld, nos anos 1980, o que implicava na retomada do confrontdo com a União Soviética. Dentre os resultados desta política, foi ampliado o fornecimento de armamentos a Saddam Hussein, ditador iraquiano, que lutava contra o Irã na Guerra Irã-Iraque e o apoio aos guerrilheiros mujahidin que lutavam contra os soviéticos no Afeganistão.[70]

  • Em 1983, forças militares americanas invadiram Granada, que havia sofrido um golpe militar liderado pelo vice-primeiro-ministro Bernard Coard, que havia depôsto o primeiro-ministro granadino, Maurice Bishop. O governo instituído por Bernard Coard, tinha o apoio de Cuba, mas em 25 de Outubro, 7.300 combatentes americanos invadiram a ilha, derrotando as forças granadinas e cubanas. Após a vitória dos Estados Unidos, o governador-geral de Granada, Paul Scoon, nomeou um novo governo e, em meados de Dezembro, as forças dos Estados Unidos retiraram-se.

  • Em 1983 o Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, anuncia a criação da Iniciativa Estratégica de Defesa, que ficaria conhecida como "Programa Guerra nas Estrelas", que tinha por objetivo criar um "escudo" contra os mísseis balísticos soviéticos, dando grande vantagem aos Estados Unidos na corrida armamentista e na corrida espacial.[71] A reação soviética foi ampliar ainda mais os seus elevados gastos na área de defesa e no desenvolvimento do seu dispendioso programa espacial.


Era Gorbachev e fim da Guerra Fria



Ver artigo principal: Guerra Fria (1985–1991)


Ver também: Colapso econômico da União Soviética, Previsões do colapso da URSS, Dissolução da União Soviética e Descomunização na Rússia


Mais informações: Perestroika, Glasnost, Revoluções de 1989 e Lustração

Depois da gestão de Brejnev, a União Soviética teve duas rápidas governanças, Yuri Andropov e Konstantin Chernenko, homens que durante o período de Brejnev eram seus segundo homens, tendo um poder quase total sobre o país, sendo Andropov o chefe da temida e poderosa polícia secreta KGB e Chernenko, por treze anos carregando o segundo mais alto cargo dentro do país, que, na prática, governou o país durante a decadência na saúde de Brejnev, no final da década de 1970, e que surpreendentemente foi derrotado nas eleições por Andropov, que morreu pouco tempo depois de chegar ao cargo político máximo.





Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov em Genebra, Suíça, em 1985.


Seguinte a Chernenko, o chamado último bolchevique, foi eleito Mikhail Gorbachev, cuja plataforma política defendida era a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos tecnocratas - que vinham ganhando espaço desde o governo Khrushchov - se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental.


Gorbachev, embora defensor de Karl Marx, defendeu o liberalismo econômico na URSS como a única saída viável para os graves problemas econômicos e sociais. A União Soviética, desde o início dos anos 70, passava por grande fragilidade, evidenciada na queda da produtividade dos trabalhadores e a queda da expectativa de vida. A alta nos preços do petróleo no período 1973-1979 e a nova alta de 1979-1985, deram uma sobrevida temporária a um sistema econômico que já estava falido. A crise econômica mundial dos anos 1980, a escassez de moedas fortes e a queda no preço das commodities exportadas pela URSS (petróleo e cereais), ajudaram a aprofundar a crise do sistema econômico planificado da União Soviética.




Alemães em pé em cima do Muro de Berlim, em 1989, ele começaria a ser destruído no dia seguinte.




Mudanças nas fronteiras nacionais após o fim da Guerra Fria.




Formação da CEI, o fim oficial da União Soviética.


Os gastos militares estavam tornando-se muito altos para uma economia como a soviética, planificada, extremamente burocratizada e com cerca de metade do PIB dos Estados Unidos. A economia de mercado dos Estados Unidos era muito mais competitiva e permitia o repasse acelerado de tecnologias militares e aeroespaciais de ponta para o setor civil. Na URSS tudo que seria produzido era previamente planejado nos Planos Quinquenais. A burocracia dificultava qualquer transferência de tecnologia sensível para o setor produtivo civil e toda a produção agrícola era milimetricamente planejada. Quando ocorre o acidente nuclear de Chernobil 1986, toda a produção agrícola daquele ano foi perdida, os gastos inesperados foram enormes e o Estado que havia planejado exportar uma safra recorde de grãos, teve que importar comida. Rapidamente começava a faltar até mesmo pão no país que havia sido o maior produtor mundial de trigo. Somando-se aos custos do envolvimento de meio milhão de homens no Afeganistão durante os anos 1980, mais os gastos militares da nova corrida armamentista, conhecida como segunda Guerra Fria, aquela enorme economia engessada colapsou.


Frente a estes problemas, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS: a perestroika e a glasnost. A Perestroika foi uma série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbachev, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou diminuição de armamentos e a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão. A Glasnost foi a implementação da "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo para a população, retirando a forte censura que o governo comunista impunha.


A nova situação de liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na ditadura que Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia começou a enfraquecer, e cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias pacíficas. Em 1986, Ronald Reagan encontrou Gorbachev em Reykjavík, Islândia, para discutir novas medidas de desarmamento dos mísseis estacionados na Europa.


O ano de 1989 viu as primeiras eleições livres no mundo socialista, com vários candidatos e com a mídia livre para discutir. Ainda que muitos partidos comunistas tivessem tentado impedir as mudanças, a perestroika e a glasnost de Gorbachev tiveram grande efeito positivo na sociedade. Assim, os regimes comunistas, país após país, começaram a cair.


A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do partido Solidariedade na Polônia), e a Tchecoslováquia, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista. O ponto culminante foi a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, que pôs fim à Cortina de Ferro e, para alguns historiadores, à Guerra Fria em si.


Esta situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo General Guenédi Ianaiev e Boris Pugo, a tentar um golpe de estado contra Gorbachev em Agosto de 1991. O golpe, todavia, foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo assim, a liderança de Gorbachev estava em decadência e, em Setembro, os países bálticos conseguiram a independência.


Em dezembro, a Ucrânia também se tornou independente. Finalmente, no dia 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renunciou ao cargo de presidente da URSS e, no dia seguinte, o governo russo ocupou os escritórios da URSS na Rússia.[72]



Ver também




  • Antianticomunismo

  • Anticapitalismo

  • Anticomunismo

  • Antissovietismo

  • Descomunização

  • Guerra por procuração

  • Guerra psicológica

  • Novo Grande Jogo

  • Segunda Guerra Fria

  • Segunda Guerra Mundial

  • Stanislav Petrov

  • Terceira Guerra Mundial

  • The Day After

  • Vasili Arkhipov




Referências




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  15. Guerra Fria foi assim chamada, “fria”, porque não houve uma guerra direta ou seja bélica, "quente", entre as duas superpotências. A guerra acontece no período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos (que defendia o capitalismo) e a União Soviética (que era comunista), compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Em resumo, foi um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. Os soviéticos controlavam os países do Leste europeu, enquanto os Estados Unidos tentavam manter sua influencia sobre o restante da Europa. A tensão aumento na décadas seguintes à medida que os Estados Unidos e a União Soviética acumulavam armas nucleares. Os países queriam expandir seus ideais pelo mundo, como eram ideais diferente, um do outro, a guerra começa. No começo da década de 1990, a então a União Soviética começou a acelerar o fim do socialismo no país e em seus aliados. Com reformas econômicas, acordos com os Estados Unidos e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.


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  • CONELRAD Cold War Pop Culture Site

  • CBC Digital Archives – Cold War Culture: The Nuclear Fear of the 1950s and 1960s

  • The Cold War International History Project (CWIHP)

  • The Cold War Files

  • Documents available online regarding aerial intelligence during the Cold War, Dwight D. Eisenhower Presidential Library




























































































































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