Saturnino de Brito
Saturnino de Brito | |
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Nascimento | 1864 Campos dos Goytacazes |
Morte | 1929 (65 anos) |
Cidadania | Brasil |
Filho(s) | Saturnino de Brito Filho |
Ocupação | engenheiro |
Empregador | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
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Francisco Saturnino Rodrigues de Britto, mais conhecido como Saturnino de Britto (Campos, 1864 — Pelotas, 1929) foi um engenheiro sanitarista brasileiro que realizou alguns dos mais importantes estudos de saneamento básico e urbanismo em várias cidades do país[1], sendo considerado o "pioneiro da Engenharia Sanitária e Ambiental no Brasil".
Biografia |
Seu invento mais conhecido foi o tanque fluxível, utilizado no Brasil e em toda a Europa no século XX, que foi batizado, após a sua morte, de tanque fluxível tipo Saturnino de Britto só abandonado depois da década de 1970 após a adoção da tensão trativa para o cálculo das redes de esgotos sanitários.
Foi eleito pelo congresso da "Associação Brasileira de Engenharia Sanitária" e Ambiental, por unanimidade, como Patrono da Engenharia Sanitária Brasileira.
Escreveu diversas obras técnicas de saneamento que foram adotadas na França, Inglaterra e Estados Unidos. Suas obras completas foram editadas, após o seu falecimento, pelo Instituto Nacional do Livro na Imprensa Nacional, e incluem, entre outros volumes, o "Saneamento de Santos", o "Saneamento de Campos", o "Saneamento de Pelotas e Rio Grande", o "Saneamento de Recife", "o Saneamento de Natal", "Controle de Enchentes" e o famoso livro "Le Tracé Sanitaire des Villes", editado na França.
Ao iniciar o século XX, o Governo do Estado de S. Paulo projetou uma nova rede de esgotos para o município de Santos e adotou o "sistema separador absoluto", com elevações distritais, proposto por Saturnino de Britto[2]. Moldou a expansão urbana na zona da orla da cidade através da construção gradativa e sequencial de vários canais de drenagem[3], Décadas depois, outro projeto de saneamento básico foi implantado e os canais de Santos permaneceram como patrimônio arquitetônico e cultural, servindo de referência urbana tanto aos santistas quanto aos turistas que visitam a cidade: Canal 1, Canal 2 e daí por diante.
Na Década de 1920 projetou a retificação do Rio Tietê sem a construção das vias marginais. Os planos incluíam um parque com 25 quilômetros de extensão por 1 quilômetro de largura ao longo do rio, o qual seria o maior parque fluvial do mundo, seis vezes maior que o Central Park em Nova Iorque. Só que acabou prevalecendo o projeto do engenheiro Prestes Maia, com seu Plano de Avenidas lançado em 1930, o qual planejou a criação das Avenidas Marginais Expressas Tietê e Pinheiros.
Em 1920 fundou no Rio de Janeiro o Escritório de engenharia Civil e Sanitária Francisco Saturnino de Britto (ESB) - que funcionou até 1978 quando da morte de seu filho e continuador da sua obra Francisco Rodrigues Saturnino de Britto Filho. O ESB foi o primeiro escritório de engenharia consultiva do Brasil e é considerado uma verdadeira escola de engenharia hidráulica e de engenharia sanitária.
Referências
↑ LOPES, André Luís Borges. “Sanear, prever e embelezar”: o engenheiro Saturnino de Britto, o urbanismo sanitarista e o novo projeto urbano do PRR para o Rio Grande do Sul (1908-1929). Porto Alegre: Armazém Digital, 2014
↑ SATURNINO DE BRITTO (1943). Projetos e relatórios: Saneamento de Santos. Col: OBRAS COMPLETAS - VOL. VII. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. pp. 46, 511 páginas|acessodata=
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(ajuda)
↑ SATURNINO DE BRITO (1944). Urbanismo: A Planta de Santos. Col: OBRAS COMPLETAS - VOL. XXI. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. 355 páginas|acessodata=
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(ajuda)
Ligações externas |
Projeto do engenheiro Saturnino de Britto para evitar as enchentes e aproveitar a água do Rio Tietê - Página da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Canais de Santos - Página sobre os canais de Santos, uma das principais obras da história da cidade de Santos.
Os Canais de Saturnino - Trailer do filme documentário dirigido por Carlos Oliveira e produzido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos. O filme conta a história da implantação dos canais de drenagem no município de Santos-SP.- Revista SANEAS - Edição 52 - Março a julho de 2014, p. 58-62.