Lya Luft
Lya Luft | |
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Nome completo | Lya Fett Luft |
Nascimento | 15 de setembro de 1938 (80 anos) Santa Cruz do Sul, RS |
Nacionalidade | Brasileira |
Cônjuge | Celso Luft (1963-1985, 1992-1995) Hélio Pellegrino (1985-1988) |
Filho(s) | 3 |
Ocupação | Escritora, tradutora e ex-professora universitária |
Principais trabalhos | As Parceiras (1980), Perdas e Ganhos (2003) |
Prémios | Prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1996) Prêmio ABL de Ficção romance teatro e conto (2014) |
Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul, 15 de setembro de 1938) é uma escritora e tradutora brasileira. É colunista mensal da revista Veja e professora aposentada da UFRGS.
Índice
1 Biografia
2 Carreira literária
2.1 Seu estilo
3 Obras
4 Bibliografia
5 Referências
6 Ligações externas
Biografia |
Lya Fett nasceu em Santa Cruz do Sul, cidade gaúcha, de colonização alemã, filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. A sua família tinha muito orgulho de suas raízes germânicas e, por isso, considerava-se superior aos "brasileiros", embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825.[1] Durante sua juventude, Lya foi tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato durante dois meses. Porém, desde cedo foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de Göethe e Schiller — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe. Aos dezenove anos, ela se converteu ao catolicismo, espantando aos pais, ambos luteranos.[2].
A partir de 1959, Lya passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — já traduziu para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam traduções de Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.
Em 1963, aos vinte e cinco anos, Lya casou-se com Celso Pedro Luft, então um irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada. O casal teve três filhos: Susana (1965), André (1966) e Eduardo (1969).
De 1970 a 1982, ela trabalhou como professora titular de Linguística na Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) e obteve o grau de mestra em Linguística (1975, pela PUC-RS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS).[3]
Em 1985, separou-se do marido para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, no Rio de Janeiro. Eles haviam sido apresentados um ao outro por Nélida Piñon. Em 1992, quatro anos após a morte de Pellegrino, Lya voltou a viver com Celso Luft, de quem ficou viúva em 1995.
Carreira literária |
No início de seu primeiro casamento, Lya Luft começou a escrever poemas, reunidos no livro Canções de limiar (1964). Em 1972, foi publicado seu segundo livro de poemas, intitulado Flauta doce. Quatro anos mais tarde, escreveu alguns contos e mandou-os para um editor da Nova Fronteira, Pedro Paulo Sena Madureira, que os considerou "publicáveis". Em 1978, foi lançada sua primeira coletânea de contos, Matéria do Cotidiano.
O mesmo editor da Nova Fronteira tinha aconselhado Lya a escrever romances. Daí surgiu As parceiras, publicado em 1980. No ano seguinte veio A asa esquerda do anjo. Tais livros foram influenciados por uma visão de morte que a autora teve depois de sofrer um acidente automobilístico quase fatal em 1979.
Em 1982, publicou Reunião de Família e, em 1984, outras duas obras: O Quarto Fechado e Mulher no Palco. O primeiro foi lançado nos Estados Unidos sob o título The Island of the Dead. Em 1987, lançou Exílio; em 1989, o livro de poemas O Lado Fatal; e, em 1996, o premiado O Rio do Meio (ensaios), considerado a melhor obra de ficção daquele ano.
Em 2001, Luft recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra Lete: Arte e crítica do esquecimento, de Harald Weinrich.
Em 2013, recebeu o Prêmio ABL, na categoria Ficção, Romance, Teatro e Conto, pela obra O tigre na sombra.[4]
No total, já escreveu e publicou 23 livros, entre romances, coletâneas de poemas, crônicas, ensaios e livros infantis.
Os livros de Lya Luft continuam sendo traduzidos para diversos idiomas
Seu estilo |
Sou fascinada pelo lado complicado. Tenho um olho alegre que vive: sou uma pessoa despachada, adoro família, adoro a natureza. Mas eu tenho um outro olho que observa o lado difícil, sombrio. A minha literatura nunca vai ser "aí casaram e foram felizes para sempre". Minha literatura sempre nasceu do conflito, da dificuldade, do isolamento.
—Lya Luft
Obras |
Canções de Limiar, 1964
Flauta Doce, 1972
Matéria do Cotidiano, 1978
As Parceiras, 1980
A Asa Esquerda do Anjo, 1981
Reunião de Família, 1982
O Quarto Fechado, 1984
Mulher no Palco, 1984
Exílio, 1987
O Lado Fatal, 1989
A Sentinela, 1994
O Rio do Meio, 1996
Secreta Mirada,1997
O Ponto Cego, 1999
Histórias do Tempo, 2000
Mar de Dentro, 2000
Perdas e Ganhos, 2003
Histórias de Bruxa Boa, 2004
Pensar é Transgredir, 2004
Para não Dizer Adeus, 2005
Em outras Palavras, 2006
A Volta da Bruxa Boa, 2007
O Silêncio dos Amantes, 2008
Criança Pensa, 2009
Múltipla Escolha, 2010
A Riqueza do Mundo, 2011
O Tigre Na Sombra, 2012
O Tempo é um Rio que Corre, 2013
Paisagem Brasileira, 2015
A Casa Inventada, 2017
Bibliografia |
- MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileiro. 2ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
Referências
↑ DW-WORLD - Lya Luft: "A cultura alemã me influenciou muito"
↑ Revista Veja - No mundo da Lya
↑ Vida e Obra - Lya Luft
↑ «ABL comemora 116 anos e entrega os Prêmios Literários para obras publicadas em 2012». Academia Brasileira de Letras. 19 de julho de 2013. Consultado em 10 de maio de 2015
Ligações externas |
Entrevista com Lya F. Luft , por Stella Máris Valenzuela.
Literatur von und über Lya Luft , listagem de obras.- Biografia de Lya Luft