Pulp
Nota: Se procura pela banda britânica de rock, veja Pulp (banda).
Pulp ou pulp fiction revista pulp, ou, ainda, revista de emoção,[1] são nomes dados, a partir do início da década de 1900, às revistas feitas com papel barato, fabricado a partir de polpa de celulose.[2] Os pulps substituem publicações anteriores como penny dreadfuls, folhetins e dime novels.[3][4][5]
As pulp fictions eram um tipo de entretenimento rápido, sem grandes pretensões artísticas. Pode-se dizer que ocupavam o lugar das séries de televisão atuais. Embora muitos escritores respeitados escreveram para pulps, as revistas foram mais conhecido por suas histórias sensacionalistas e capas apelativas. Os super-heróis das histórias em quadrinhos também são considerados como derivações da literatura pulp.[6]
Essas revistas geralmente eram dedicadas a histórias noir, mas também de fantasia e ficção científica. Frequentemente, a expressão "pulp fiction" foi usada para descrever histórias de qualidade menor ou absurdas (é esse sentido da palavra que o diretor Quentin Tarantino usou para nomear seu filme Pulp Fiction - Tempo de Violência). A despeito disso, vários escritores famosos já trabalharam em pulps, como Isaac Asimov, que escreveu para a Astounding Science Fiction, dentre outras. Raymond Chandler e Dashiell Hammett, também escreveram esse tipo de ficção, no início de suas carreiras. Todos são autores estadunidenses pois foi nos Estados Unidos que as revistas pulp tiveram maior expressão. Personagens famosos da cultura pop como Zorro, Tarzan e John Carter surgiram em revistas pulp.[7]
Assim como nos folhetins, os romances eram publicados em capítulos.[8]
A personagem O Sombra surgiu num programa de rádio, no qual quem lhe emprestava a voz (e a famosa gargalhada sinistra) era o ator e diretor Orson Welles. Posteriormente, o personagem foi adaptado às revistas pulp.[9]
Após a Segunda Guerra Mundial, o preço do papel de celulose aumentou consideravelmente, a solução das editoras de pulps foi diminuir o formato tradicional (18 x 25,5 cm),[10]adotando o "formato digest" (originalmente criado para a revista Reader's Digest, conhecida no Brasil como Seleções) [11][12].
Nesse período, as pulps passaram a concorrer com os quadrinhos e os livros de bolso[11]. De fato, várias editoras de quadrinhos, como a Marvel Comics e Fiction House,[13], de início publicavam pulps[7]. Escritores como Julius Schwartz e Mort Weisinger,[14]que trabalhavam em pulps, migraram para os quadrinhos.[7] Muitos livros de bolso exploraram os gêneros das revistas pulps, por isso também são chamados de literatura pulp,[15] é o caso das séries O Coyote (faroeste),[16]Brigitte Montfort (espionagem)[17] e Perry Rhodan (ficção científica).[18]
Volta e meia personagens "pulp" são homenageados nos quadrinhos e inspiram novas obras e personagens. Em 1999, o escritor inglês Alan Moore criou para America's Best Comics o personagem Tom Strong, claramente inspirado nos pulps[19].
Gêneros |
- aventura
- fantasia
- faroeste
- ficção científica
- romance policial
- romance de espionagem
- "spicy/saucy" (soft porn)
- terror
Referências |
- Notas
↑ «Os Pulps Brasileiros e o Estatuto do Escritor de Ficção de Gênero no Brasil». Roberto de Sousa Causo
↑ Lois Gresh e Robert Weinberg. Ediouro, ed. A Ciência dos Super-heróis. Setembro de 2009. [S.l.: s.n.] 12 páginas. ISBN 8500016604
↑ Viagem extraordinária
↑ M. Thomas Inge e Dennis Hall (2002). The Greenwood guide to American popular culture: Pulps and dime novels through Young adult fiction, Volume 3. [S.l.]: Greenwood Press. 9780313323706
↑ «Literatura para as massas». Editora Duetto. Scientific American Brasil Exploradores do Futuro - H. G. Wells (2). 2005. ISSN 1808-6543
↑ Cesar Silva (30 de agosto de 2003). «Super-heróis e superpoderes na Ficção Científica». Universo HQ
↑ abc Gerard Jones (2006). Homens do Amanhã - geeks, gângsteres e o nascimento dos gibis. [S.l.]: Conrad Editora. 85-7616-160-5
↑ Lester Del Rey. The world of science fiction, 1926-1976: the history of a subculture. [S.l.]: Garland Pub., 1980. 9780824014469
↑ Sérgio Codespoti (12 de dezembro de 2006). «O Sombra voltará às telonas pelas mãos de Sam Raimi». Universo HQ
↑ John A. Dinan (1998). Sports in the pulp magazines. [S.l.]: McFarland. 9 páginas. 9780786404810
↑ ab Ashley , Michael (2005). The history of the science-fiction magazine: the story of the science-fiction magazines from 1950 to 1970, Transformations, Volume 2. [S.l.: s.n.] pp. 3 a 5. 9780853237792
↑ Stephen King. Dança Macabra. [S.l.]: Editora Objetiva. 36 páginas. 9788573028447
↑ Shirrel Rhoades. A Complete History of American Comic Books. [S.l.]: Peter Lang, 2008. 9781433101076
↑ Pedro Hunter (16 de Fevereiro de 2004). «HQs de luto por Julius Schwartz». Omelete
↑ Roberto de Sousa Causo. «Mundo Pulp»
↑ Antonio Lazaro-Reboll (2012). Spanish Horror Film. [S.l.]: Edinburgh University Press. 94 páginas. 9780748636402
↑ Glória Kalil (16 de fevereiro de 2011). «Célebre ilustrador dos anos 1970 Benício ganha livro retrospectiva e primeira expo das suas pin-ups em São Paulo». UOL
↑ Franz Rottensteiner, Mike Mitchell. The black mirror and other stories: an anthology of science fiction from Germany & Austria. [S.l.]: Wesleyan University Press, 2008. xxx, xxxi e xxxii p. ISBN 0819568317, ISBN 9780819568311
↑ «Aqui Dentro». Omelete. 20 de dezembro de 2005
- Bibliografia
Kathia Natalie Gomes (2005). «Fantasia espacial de conquista». Editora Duetto. Scientific American Brasil Exploradores do Futuro - Isaac Asimov (3). ISSN 1808-6543
Ligações externas |
- (em inglês) Pulp Heroes
The Pulp Gallery. Capas de pulps (dos anos 1920 aos anos 1950)- ThePulp.Net
- Pulp International