António Enes
António Enes | |
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António Enes. | |
Nascimento | 15 de agosto de 1848 Lisboa, Portugal |
Morte | 6 de agosto de 1901 (52 anos) Sintra, Portugal |
Nacionalidade | Português |
Cônjuge | Emília dos Anjos |
Ocupação | Escritor, político, jornalista e administrador colonial português |
Prémios | Ordem do Império Colonial |
António José de Orta Enes GCIC (Lisboa, 15 de Agosto de 1848 — Sintra, Queluz, 6 de Agosto de 1901), mais conhecido por António Enes, formado no Curso Superior de Letras, foi um político, jornalista, escritor e administrador colonial português, que se destacou em Moçambique onde exerceu as funções de Comissário Régio durante a rebelião tsonga na região sul daquele território. Defendeu em 1870 uns Estados Unidos da Europa, temendo que Portugal fosse absorvido pela vizinha Espanha. Foi membro destacado do Partido Histórico e da Maçonaria. Exerceu as funções de deputado, de bibliotecário-mor da Biblioteca Nacional de Lisboa (1886) e de Ministro da Marinha e Ultramar na primeira fase do governo extrapartidário de João Crisóstomo de Abreu e Sousa.
Índice
1 Biografia
2 Toponímia
3 Bibliografia
4 Referências
5 Ver também
Biografia |
António José Enes nasceu em Lisboa a 15 de Agosto[1] de 1848, filho de Guilherme José Enes e de sua mulher Joana da Cruz de Orta, filha do 1.º Visconde de Orta.[2] Fez os seus primeiros estudos no colégio dos Lazaristas. Depois de uma passagem pelo ensino liceal ingressou no Curso Superior de Letras, que completou com distinção em 1868.[2]
Cedo demonstrou dotes de jornalista e polemista, bem como dramaturgo e romancista, e sendo membro do Partido Histórico, e apoiante político do duque de Loulé, fez parte da redacção da Gazeta do Povo e foi pouco depois nomeado director de O País, jornal afecto àquela corrente política. Na sequência do pacto da Granja, e da consequente fusão do Partido Reformista com o Partido Histórico, o jornal O País transformou-se no órgão oficioso do novo Partido Progressista e mudou o seu nome para O Progresso, ficando António Enes como redactor principal. Foi fundador de O Dia, periódico de que foi director político e redactor principal. Foi, ainda jornalista na Gazeta do Comércio e no Correio da Noite.[2]
Em 1876 foi feito Fidalgo Cavaleiro da Casa Real.[2] Em 1880 foi eleito deputado, mas as câmaras foram dissolvidas. Em 1886 foi nomeado bibliotecário-mor da Biblioteca Nacional de Lisboa, sendo novamente eleito deputado para a legislatura de 1884-1887, tendo sido sucessivamente reeleito para as de 1887-1889 e 1890-1891.
Logo após o ultimato britânico de 1890, António Enes foi nomeado Ministro da Marinha e Ultramar (de 14 de Outubro de 1890 a 25 de Maio de 1891), no governo presidido pelo general João Crisóstomo de Abreu e Sousa, tendo desempenhado esse cargo num período de grande pressão política sobre as questões ultramarinas face à onde nacionalista que varreu Portugal em consequência da ofensa britânica. António Enes, de forma laboriosa, conseguiu manter os necessários equilíbrios internos e externos, tendo organizado uma expedição militar a Moçambique, para fazer face à crescente proximidade entre Gungunhana e os interesses britânicos, e intervindo energicamente nas colónias de São Tomé e Príncipe, Guiné Portuguesa e Bié. Foi sucedido no cargo por Júlio de Vilhena.
Em 1891, e novamente em 1894,[2] foi nomeado Comissário Régio em Moçambique, onde deu provas de grande saber e competência, deixando o seu nome ligado a notáveis obras e feitos naquele território, sendo também o principal organizador da expedição de Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque contra o Império de Gaza.
Em 1896 foi nomeado ministro de Portugal no Brasil. Foi ainda feito Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima.[2]
Presidiu ainda ao comité que dirigiu os trabalhos do 5.º Congresso da Imprensa, que reuniu em Lisboa no ano de 1898. Ainda na area jornalística colaborou nas revistas Brasil-Portugal[3] (1899-1914) e Serões [4] (1901-1911).
Casou com Emília dos Anjos, mas não deixou geração.[2]
Faleceu em Queluz a 6 de Agosto de 1901.
A 14 de Julho de 1932 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial.[5]
Toponímia |
O seu nome foi atribuído a ruas de diversas localidades portuguesas, entre as quais Lisboa, Faro e Porto[6].
Foi impressa uma série de notas de 1$00, 2$50, 5$00, 10$00, 20$00, 50$00, 100$00, 500$00 e 1.000$00 de Moçambique com a sua imagem.
Bibliografia |
António Ennes: Solene sessão comemorativa do cinquentenário do seu governo colonial, em 4 de Novembro de 1946. Lisboa: Academia Ciências de Lisboa, 1947 (81 pp. + 13 ilustrações).
Providências publicadas pelo Comissário Regio na Província de Moçambique, Conselheiro António José Ennes, desde 1 de Janeiro até 18 de Dezembro de 1895. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1896 (251 pp.).- CAYOLLA, Lourenço. António Enes, Colecção Pelo Império, Lisboa: 1936.
- NORTE, Amália Proença. Altas figuras do Império: Freire de Andrade, António Enes, Mouzinho, Salvador Correia, Pero da Covilhã, Serpa Pinto, Paiva Couceiro, João de Almeida. Lisboa: Ed. Império, 1940 (284 pp.).
Referências
↑ 16 de Dezembro segundo Raízes e Memórias n.º 10, p. 179. Lisboa: Associação Portuguesa de Genealogia.
↑ abcdefg Raízes e Memórias n.º 10, p. 179. Lisboa: Associação Portuguesa de Genealogia.
↑ Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014
↑ Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014
↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de «António José Enes». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 2 de agosto de 2013
↑ Cf. Pesquisa
Ver também |
- NRP António Enes
- Cidade de António Enes