Cássia Eller
Cássia Eller | |
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Informação geral | |
Nascimento | 10 de dezembro de 1962 |
Origem | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil |
Morte | 29 de dezembro de 2001 (39 anos) Rio de Janeiro |
Gênero(s) |
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Instrumento(s) |
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Extensão vocal | Contralto |
Período em atividade | 1981–2001 |
Gravadora(s) |
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Afiliação(ões) |
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Cássia Rejane Eller[1] (Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1962 — Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2001[2]) foi uma cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira. Foi uma das maiores representantes do rock brasileiro dos anos 90 e eleita a 18ª maior voz e 40ª maior artista da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.[3]
Índice
1 Biografia/Carreira
2 Últimos meses
3 Morte
4 Discografia
4.1 Álbuns de estúdio
4.2 Álbuns ao vivo
4.3 Recompilações
4.4 Videografia
5 Referências
6 Ligações externas
Biografia/Carreira |
Filha de um sargento pára-quedista do Exército e de uma dona-de-casa, seu nome foi sugerido pela avó, devota de Santa Rita de Cássia.[4]
Nascida no Rio de Janeiro, aos 6 anos mudou-se com a família para Belo Horizonte. Aos 10, foi para Santarém, no Pará. Aos 12 anos, voltou para o Rio. O interesse pela música começou aos 14 anos, quando ganhou um violão de presente. Tocava principalmente músicas dos Beatles. Aos 18, chegou a Brasília, para onde sua família se mudou. Ali, cantou em coral, fez testes para musicais, trabalhou em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró. Também fez parte, durante um ano, do primeiro trio elétrico de Brasília, denominado Massa Real, e tocou surdo em um grupo de samba. Trabalhou em vários bares (como o Bom Demais), cantando e tocando. Despontou no mundo artístico em 1981, ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.
Um ano mais tarde, aos 19 anos, querendo sua liberdade pessoal, foi para Belo Horizonte atrás de um lugar para morar e um emprego, onde conseguiu assim que chegou, e passou a trabalhar como servente de pedreiro. "Fiz massa e assentei tijolos", contava. Lá, alugou um pequeno quarto, onde ficou vivendo. Na escola, não chegou a terminar o ensino médio, por causa dos shows que fazia, cada dia num turno diferente, não tinha horário para se dedicar ao estudos.[5]
Caracterizada pela voz grave e pelo ecletismo musical, interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza, Renato Russo e Rita Lee, além de artistas da MPB como Marisa Monte, Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis, rap de Xis e o incomum de Arrigo Barnabé e Wally Salomão, até sambas de Riachão e rocks internacionais de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Beatles, John Lennon e Nirvana.
Teve uma trajetória musical bastante importante, embora curta, com algo em torno de dez álbuns próprios gravados no decorrer de doze anos de carreira. De fato, somente em 1989 sua carreira decolou. Ajudada por um tio seu, gravou uma fita demo com a canção "Por enquanto", de Renato Russo. Este mesmo tio levou a fita à PolyGram, o que resultou na contratação de Cássia pela gravadora. Sua primeira participação em disco foi em 1990, no LP de Wagner Tiso intitulado "Baobab".
Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas.
Outra característica importante é o fato de ela ter assumido uma postura de intérprete declarada, tendo composto apenas três das canções que gravou: "Lullaby" (parceria com Márcio Faraco) em seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990 (LP com 60.000 cópias vendidas, sobretudo em razão do sucesso da faixa "Por enquanto" de Renato Russo); "Eles" (dela com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho) e "O Marginal" (dela com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos), no segundo disco, O Marginal (1992).
Cássia teve um filho, Francisco (carinhosamente chamado de Chicão), como fruto do relacionamento casual com um amigo, Tavinho Fialho. Tavinho era casado, mas desde o princípio Cassia "despreocupou-o", pois Chicão seria criado por Cassia e Maria Eugênia Vieira, que viveram juntas. Tavinho faleceu em um acidente de carro uma semana antes do nascimento de Chicão. Cássia e Maria Eugênia ficaram juntas até o fim da vida da cantora. As duas se conheceram em um show de Cassia, ficaram amigas e se apaixonaram.
A cantora era torcedora apaixonada do Clube Atlético Mineiro, tendo sido, inclusive, contatada para recebimento do Galo de Prata, honraria concedida aos torcedores ilustres do Clube. Contudo, com sua morte prematura, o troféu acabou sendo entregue, em 2002, a sua mãe, Nanci Eller, segundo a qual "No ano passado a Cássia fez um show em Curitiba, e o Levir Culpi mandou uma camisa do Galo para ela, através de seu filho. Todos os instrumentos dela têm o escudo do Atlético. Ela sempre colocava o escudo nas coisas que ganhava. Inclusive há um escudo na porta do estúdio que a Cássia tinha em sua residência".[6]
A pedido de Cássia, caso viesse a acontecer algo com ela, Maria Eugênia ficaria sendo a responsável pela criação de Francisco, e após seu falecimento, sua companheira criou o menino.
Últimos meses |
2001 foi um ano bastante produtivo para Cássia Eller. Em 13 de janeiro de 2001, apresentou-se no Rock in Rio III, num show em que baião, samba e clássicos da MPB foram cantados em ritmo de rock. Neste dia, o organograma de apresentação foi o seguinte: R.E.M., Foo Fighters, Beck, Barão Vermelho, Fernanda Abreu e Cássia Eller. 190 mil pessoas compareceram a esta apresentação.
Entre maio e dezembro, Cássia Eller fez 95 shows. O que levou a cantora a gravar um DVD, nos moldes de sua preferência - ao vivo: o Acústico MTV, gravado entre 7 e 8 de março, em São Paulo, no qual Cássia contou com o um grupo de alto nível técnico e artístico: Nando Reis (direção musical/autoria, voz e violão em "Relicário" / voz em "De Esquina" de Xis), os músicos da banda: Luiz Brasil (Direção musical / Cifras / Violões e Bandolim), Walter Villaça (Violões e Bandolim), Fernando Nunes (baixolão), Paulo Calasans (Piano Acústico e Órgão Hammond), João Vianna (Bateria, Surdo, Ganzá, Ralador e Lâmina), Lan Lan (Percussão e Vocal) e Thamyma Brasil (Percussão), os músicos convidados Bernardo Bessler (violino), Iura (Cello), Alberto Continentino (contrabaixo acústico), Cristiano Alves (clarinete e clarone), Dirceu Leite (sax, flauta e clarineta), entre muitos outros. Este álbum foi composto por 17 faixas, acrescidas do Making Of, galeria de fotos, discografia e i.clip.[4] O álbum vendeu até hoje mais de um milhão de cópias e se tornou o maior sucesso da carreira de Cássia, sendo que até então, apesar das boas vendagens e da experiência, ela não era considerada uma cantora extremamente popular.[7]
No mesmo ano de 2001, ela se apresentaria no Video Music Brasil, da MTV, ao lado de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nando Reis com "Top Top" d'Os Mutantes, presente no seu "Acústico MTV".
No fim do ano, ela se apresentaria na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, no Rio, durante os festejos do réveillon. Faleceu dois dias antes, em 29 de dezembro. Foi substituída por Luciana Mello. Em vários pontos do Rio de Janeiro, fez-se um minuto de silêncio durante a homenagem da passagem do ano em memória de Cássia Eller. Vários artistas também prestaram homenagem à cantora em seus shows, na virada do ano.
Morte |
Cássia Eller faleceu em 29 de dezembro de 2001, no auge de sua carreira, com apenas 39 anos, na clínica Santa Maria no bairro de Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro após sofrer três paradas cárdicas, em razão de um infarto do miocárdio repentino. A cantora tinha sido internada às 13h e chegou a ficar no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Segundo seu empresário, a cantora estava sentindo-se mal e reclamando de enjoos, devido ao excesso de trabalho. Os sintomas, segundo ele, seriam resultado de estresse provocado por excesso de trabalho. "Ela está trabalhando muito. Em sete meses, fez mais de cem shows", dizia [8]. Foi levantada a hipótese de overdose de drogas, já que era usuária de cocaína desde adolescente.[9] A suspeita foi considerada inicialmente como causa da morte, porém foi descartada pelos laudos periciais do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro após necropsia.[10][11][12] Encontra-se sepultada no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Sulacap, na cidade do Rio de Janeiro.[13]
Discografia |
Álbuns de estúdio |
Ano | Detalhes do álbum | Vendas |
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1990 | Cássia Eller
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1992 | O Marginal
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1994 | Cássia Eller
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1997 | Veneno AntiMonotonia
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1999 | Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo
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2002 | Dez de Dezembro
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Álbuns ao vivo |
Ano | Detalhes do álbum | Certificações | Vendas |
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1996 | Cássia Eller Ao Vivo
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1998 | Veneno Vivo
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2001 | Acústico MTV
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2006 | Rock in Rio: Cássia Eller Ao Vivo
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Recompilações |
Ano | Detalhes do álbum |
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1997 | Minha História
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1997 | Música Urbana
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1998 | Millennium
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2001 | Sem Limite
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2002 | Série Gold
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2002 | Luau MTV Cássia Eller
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2003 | Perfil
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2003 | Participação Especial
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2004 | A Arte de Cássia Eller
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2004 | I Love MPB
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2005 | Novo Millennium
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2008 | Raridades
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2011 | Relicário
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Videografia |
Ano | Álbum | Certificações |
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2000 | Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo | PMB: Ouro[20] |
2001 | Acústico MTV | PMB: Diamante[20] |
2001 | Do Lado do Avesso[21] | |
2002 | Álbum MTV | |
2006 | Rock in Rio: Cássia Eller Ao Vivo | |
2011 | Cássia Eller Ao Vivo - Violões |
Referências |
- Notas
↑ imdb.com: Cássia Eller (1960–2001)
↑ folha.uol.com.br: Cássia Eller morre aos 41 anos no Rio (Matéria de 29 de dezembro de 2001)
↑ AS 100 MAIORES VOZES DA MÚSICA BRASILEIRA
↑ ab «"Saiba mais sobre a cantora Cassia Eller"». Época. Consultado em 18 de março de 2014
↑ Dados biográficos de Cássia Eller. Folha de S.Paulo 26 de outubro de 2004.
↑ «Portal Terra»
↑ ab «Relicário: vídeos para lembrar de Cássia Eller após 15 anos de saudades». Folhape. Consultado em 29 de dezembro de 2016
↑ Folha Online, Folha Online (29 de dezembro de 2001). «Cássia Eller morre aos 39 anos no Rio». Folha de S.Paulo. Consultado em 31 de dezembro de 2017
↑ [1]
↑ "Juíza rejeita denúncia contra médicos que atenderam Cássia Eller" - Folha Online
↑ «UOL»
↑ «Folha Online»
↑ Folha de S.Paulo
↑ Marques, Mario (22 de setembro de 2008). «Tio e produtor de Cássia Eller conta segredos da cantora». Terra. Terra. Consultado em 6 de maio de 2015. Cópia arquivada em 6 de maio de 2015
↑ Alexandre Sanches, Pedro (27 de março de 1998). «Tio e produtor de Cássia Eller conta segredos da cantora». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 6 de maio de 2015
↑ Bryan, Guilherme (10 de dezembro de 2012). «Relembre a trajetória de Cássia Eller, que faria 50 anos nesta segunda, 10». Rolling Stone. UOL. Consultado em 13 de maio de 2015
↑ abc «Dados Artísticos - Cássia Eller». Consultado em 29 de dezembro de 2016
↑ «Saiba mais sobre a cantora Cássia Eller». Revista Época. Consultado em 6 de maio de 2015. Cópia arquivada em 6 de maio de 2015
↑ Silvia Pilz. «Na moita». Revista Piauí. Consultado em 6 de maio de 2015
↑ abc «Certificados». ABPD. Consultado em 1 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 1 de agosto de 2015
↑ http://www.brasilmusik.de/c/cassia-eller/cassia-eller.htm
- Bibliografia
- LANDI, Ana Cláudia; BELO, Eduardo. Apenas uma Garotinha: a História de Cássia Eller. Edição 1. São Paulo: Planeta, 2005. ISBN 85-89885-52-6
- AMARAL, Beatriz H.R. Cássia Eller: Canção na Voz do Fogo. Edição 1. São Paulo: Escrituras, 2002. ISBN 85-7531-048-8
Ligações externas |
- Biografia de Cássia Eller no CliqueMusic
- Revista Veja - A nação das cantoras
Biografia de Cássia Eller no Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira.