Clima tropical de altitude
O clima tropical de altitude (Classificação climática de Köppen-Geiger ) Cwa é um tipo climático que predomina nos planaltos e serras do Sudeste brasileiro, Planalto Central de Goiás e Distrito Federal e na Serra de Maracaju em Mato Grosso do Sul. No Brasil, esse domínio tropical de marcante individualidade abrange o sul de Minas Gerais e do Espírito Santo e partes dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde altitudes acima de 500 metros determinam condições especiais de clima, apresenta temperatura média amena, entre 18°C e 26°C, e amplitude térmica anual entre 7°C e 9°C.[2]
Como todo clima tropical, o clima tropical de altitude apresenta a mesma performance pluviométrica dos demais Aw, e As, porém os verões são frios devido a sua alta altitude.
As temperaturas médias anuais caem para menos de 23°C e a pluviosidade se acentua (sobretudo nas encostas litorâneas) em posição de barlavento.[2] No inverno, as frentes frias originárias da Massa Polar Atlântica podem provocar geadas.
Os climas de altitude apresentam características térmicas e de precipitação que são impostas pela altitude, correspondendo a um agravamento das condições climáticas das áreas envolventes. No verão, as temperaturas raramente ultrapassam os 30°C. O inverno é relativamente frio e a amplitude térmica anual não é muito elevada.
A dinâmica atmosférica é basicamente controlada pela célula de alta pressão subtropical do Atlântico Sul (que configura a massa tropical marítima), sendo ocasionalmente afetada pela massa tropical continental (originária da baixa pressão do Chaco/Pantanal), além dos efeitos desestabilizadores desencadeados pelos avanços da frente polar e oscilações da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).[2]
A ação dos anticiclones móveis, associada à dinâmica da frente polar é particularmente intensa no inverno, especialmente quando reforçada pelo ar polar do Oceano Pacífico, de trajetória continental, portanto, menos úmido e mais estável. Nessa época do ano, o anticiclone subtropical do Atlântico Sul tende a deslocar-se para o continente, reduzindo a nebulosidade e as precipitações.[2]
No verão, a ativa evaporação sobre os oceanos transfere enorme volume de vapor d'água para a atmosfera, instabilizando-a e provocando precipitação em toda a região Sudeste. Ocasionalmente, a umidade de origem marítima é parcialmente bloqueada pelo relevo, ocasionando excepcional acréscimo na queda das chuvas nas áreas serranas e graves problemas ambientais, com deslocamento de encostas, enchentes, assoreamentos, além de elevado número de vítimas e prejuízos materiais.[2]
As médias pluviométricas mais elevadas aparecem no trecho paulista da Serra do Mar, onde se assinala a isoieta de 4.000 mm na região de Bertioga e Taiaçupeba. Esse valor só é compatível ao das áreas mais chuvosas do globo, como por exemplo a Ásia de monções.[2]
Nas áreas interiorizadas do Sudeste a precipitação é mais reduzida, com alternância de estação seca e chuvosa. A altitude proporciona boas condições de salubridade e aí se situam conhecidas estações de saúde, como Campos do Jordão, Poços de Caldas e Itatiaia.[2]
Cidade | Altitude (m) | Temp. média (°C) | precipitação (mm) | ||
---|---|---|---|---|---|
Campos do Jordão | 1.600 | 13,6 | 1.563 | ||
Poços de Caldas | 1.210 | 17,5 | 1.745 | ||
Itatiaia (região do Parque Nacional) | 2.199 | 11,3 | 2.359 | ||
Fonte: ROSS, Jurandyr. Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 5. ed. 105-106 p. ISBN 85-314-0242-5 |
Referências
↑ Peel, M. C. and Finlayson, B. L. and McMahon, T. A. (2007). «Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification». Hydrol. Earth Syst. Sci.. 11: 1633–1644. ISSN 1027-5606 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link) (direct: Documento final.)
↑ abcdefg ROSS, Jurandyr. Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 5. ed. 105-106 p. ISBN 85-314-0242-5