Leão I, o Trácio





Disambig grey.svg Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Leão I.































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Leão I

Imperador bizantino

Leo I Louvre Ma1012 n2.jpg
Busto de Leão I, Museu do Louvre
Reinado

7 de fevereiro 457[1] - 474
Consorte

Élia Verina
Antecessor(a)

Marciano
Sucessor(a)

Leão II
Dinastia

Leonina
Nome completo


Flávio Valério Leão
Flavius Valerius Leo

Nascimento

401
Morte

18 de janeiro de 474 (73 anos)
Filho(s)

Ariadne
Leôncia
Filho de nome desconhecido

Flávio Valério Leão, em latim Flavius Valerius Leo Augustus, (401 – 18 de janeiro de 474), conhecido em português como Leão, o Trácio ou Leão I, um nativo da Dácia[2] foi um imperador bizantino que governou de 457 a 474. Ele foi conhecido como "Grande Trácio" (Magnus Thrax) por seus adeptos, e Macelo (Macellus; "o Algoz") por seus inimigos.


Governando o Império do Oriente por aproximadamente 20 anos, de 457 a 474, Leão provou ser um governante capaz, supervisionando muitos planos políticos e militares ambiciosos, destinadas principalmente para o auxilio do vacilante Império do Ocidente e para recuperar seus ex-territórios. Ele é notável por ser o primeiro imperador do Oriente a legislar em grego e não em latim.[3]




Índice






  • 1 Origens


  • 2 Fim da dinastia teodosiana


  • 3 Reinado


  • 4 Casamento e filhos


  • 5 Ver também


  • 6 Referências


  • 7 Bibliografia





Origens |


Nascido como Leão Macelo, no ano 401 em uma família trácio-romana da tribo dos Dacos[4][5] ou Bessos[6], ele serviu o exército romano,[7] ascendendo ao posto de conde. Leão faz parte de uma série de imperadores-fantoche que foram colocados no trono por intermédio do mestre dos soldados (magister militum), Áspar, um alano. Este era capaz de escolher candidatos entre seus oficiais subordinados, provavelmente contando com sua lealdade contínua.[2]



Fim da dinastia teodosiana |


Quando o último imperador da dinastia teodosiana, Marciano, genro e sucessor de Teodósio II, morreu sem indicar um sucessor, o candidato óbvio para a sucessão era Antêmio, que era neto do prefeito pretoriano também chamado Antêmio, era casado com Márcia Eufêmia, filha de Marciano, e havia sido mestre dos soldados em Ilírico e cônsul em 455.[2]


A escolha, porém, foi decidida pelo patrício Áspar, que havia se distinguido, junto de seu pai Ardabúrio na supressão do usurpador João, trinta e cinco anos antes. Áspar, que era ariano escolheu como sucessor Leão, ortodoxo.[2]



Reinado |






Soldo de Leão I





Tremisse de Élia Verina, consorte de Leão I



Em 7 de fevereiro de 457[2][1] Leão foi coroado pelo patriarca Anatólio, a primeira coroação conhecida que envolve um patriarca.[8][9]


Durante o reinado de Leão o tratado selado por Teodósio II e o império sassânida continuou a vigorar o que manteve a fronteira oriental segura. No entanto os bizantinos enfrentaram outros problemas: com a desintegração do Império Huno dois grupos de góticos sob Teodorico Estrabão e Valamiro instalaram-se nos Bálcãs; avaros, eslavos e búlgaros começaram a instalar-se em torno do Danúbio; problemas com as regiões do Cáucaso e Arábia; vândalos e o Império do Ocidente ainda traziam problemas para o império. Hostilidades com os góticos de Valamiro nos Bálcãs ocidentais em 459 produziram um tratado de paz favorável aos bizantinos assim como subsídios em troca de paz e um refém.


Leão prosseguiu sua política externa, aumentando a pressão sob as tropas imperiais instaladas no Danúbio e realizando campanhas contra os hunos sob a liderança de Dengizico. Em 468, realizou uma expedição conjunta, contra os vândalos, que envolveu uma armada apoiada por contingentes terrestres provenientes do império ocidental e do Egito. Este exército comandado pelo cunhado de Leão, Basilisco, sofreu uma dura derrota o que ocasionou um dura subtração de navios, contingente humano e dinheiro ao império. Leão teve notória participação política dentro do império ocidental: em 457 auxiliou na ascensão a imperador de Majoriano; em 467 enviou Antêmio, marido da filha do imperador Marciano, para a Itália onde apossou-se do poder como imperador; em 474 enviou uma expedição contra a Itália para depor o então imperador Glicério e colocar ao poder Júlio Nepos.[8] Além disso é importante lembrar que durante seu reinado Teodorico (posteriormente conhecido como "o Grande"), ainda criança, viveu em meio a sua corte e aprendeu diversos elementos do mundo romano que o auxiliaram posteriormente.[10]




O mundo romano durante o reinado de Leão I


A política interna adotada por Leão foi concebida em dois pilares, religião e política. Em 460, alexandrinos elegeram um patriarca monofisista, Timóteo Eluro. Após consultar os bispos orientais Leão decidiu tirar a força Timóteo substituindo-o por Timóteo Salofaciolo. Em 464, Constantinopla foi arrasada por um incêndio de grandes proporções. Em 461, Leão fundou os Excubitores como um contrapeso aos soldados germânicos sob comando de Áspar. A maioria dos membros recrutados foram guerreiros isauros. Em 466, o poder de Áspar foi enfraquecido, pois seu filho, Ardabúrio, foi acusado de traição, no entanto, manteve poder o bastante para elevar seu filho Júlio Patrício ao estatuto de césar em 470. Em 467, Isocásio, um oficial de justiça, foi preso e acusado de ser um heleno (pagão). Embora absolvido das acusações, este evento fez com que Leão emitisse uma lei em 468 que proibia os pagãos de advogarem.[8]


Em 466, Leão selou uma aliança com Tarasicodissa, um oficial isauro, através do casamento de sua filha mais velha Ariadne com o mesmo que posteriormente alterou seu nome para Zenão. Em 469, Áspar tentou assassinar Zenão, no entanto, seu golpe foi frustrado.[11] Posteriormente Leão, por influência de Áspar, procurou casar sua filha mais nova, Leôncia, com Júlio Patrício. No entanto, após o anúncio do casamento diversas revoltas eclodiram em 470 em Constantinopla: os bispos da cidade não tolerariam a união de ambos, pois Patrício e seu pai eram arianos, de modo que apenas tolerariam a união com a conversão dos mesmos. No mesmo ano o mestre dos soldados Anagastes revoltou-se na Trácia a mando de Ardabúrio. Como consequência, Leão ordenou que Áspar, Ardabúrio e possivelmente Patrício fossem assassinados no palácio imperial.[12] Leão ganhou dos historiadores contemporâneos a Malco e Cândido o apelido de "Macelles" (o Algoz) pela forma das mortes.[8]


Em outubro de 473 o neto de Leão, Leão II, foi proclamado "césar" e efetivamente tornou-se o herdeiro designado do trono, em virtude de ser o parente mais próximo de Leão. Em 18 de fevereiro de 474, aos 73 anos, Leão morreu de disenteria.[13][14]



Casamento e filhos |


Leão e Élia Verina tiveram três filhos. Sua filha mais velha Ariadne nasceu antes da morte de Marciano (450-457). Ariadne tinha uma irmã mais nova, Leôncia. Um filho de nome desconhecido nasceu em 463. Ele morreu cinco meses após seu nascimento. As únicas fontes sobre ele são um horóscopo por Retório e uma hagiografia de Daniel, o Estilita.[8] A Crônica Georgina, uma compilação do século XIII, extraída a partir de fontes antigas, relata o casamento de Vactangue I da Ibéria e Helena de Bizâncio, identificando-a como uma filha do predecessor de Zenão.[15] Este predecessor foi provavelmente Leão I, atribuindo uma terceira filha para Leão. Cirilo Toumanoff identificou dois filhos deste casamento. Mitrídates da Ibéria e Leão da Ibéria. Este jovem Leão era o pai de Gurgenes I (r. 588–590).



Ver também |






Precedido por
Marciano

Imperador bizantino
457 - 474
Sucedido por
Leão II
































































































Referências




  1. ab Thompson 1973, p. 959.


  2. abcde
    Bury, J. B. History of the later Roman Empire from the death of Theodosius I. 1. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0486203980 

    Livro disponível em linha: «Chapter X, Leo I and Ricimer's rule in Italy, 1. Leo I (A.D. 457-474)» (em inglês) 



  3. Wickham 2009, p. 90.


  4. Cândido, p. 135.


  5. Williams 1999, p. 174.


  6. Malalas século VI, p. XIV, 369.


  7. Hirlap 1937, p. 637.


  8. abcde «Leo I (457-474 A.D.)» (em inglês) 


  9. Gibbon 1952, p. 582.


  10. «Theodoric the Great» (em inglês) 


  11. Norwich 1989, p. 167.


  12. Wiesehöfer 2010, p. 159-198.


  13. «Leo II (AD 474)» (em inglês) 


  14. Wileński2008, p. 10.


  15. «13-14». Georgian Chronicle. Traduzido por Robert Bedrosian (1991). [S.l.: s.n.] 



Bibliografia |





  • Hirlap, Pesti (1937). A Pesti Hirlap lexikona. [S.l.: s.n.] 


  • Malalas, João (século VI). Chronographia. 18. [S.l.: s.n.] 


  • Thompson, Edward A. (1973). Encyclopaedia Britannica. 13. [S.l.: s.n.] 


  • Wickham, Chris (2009). The Inheritance of Rome. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-670-02098-0 


  • Wileński, Magazyn (2008). Enciclopédia Universal Lituana. [S.l.: s.n.] 


  • Gibbon, Edward (1952). The Decline and Fall of the Roman Empire. [S.l.: s.n.] 


  • Norwich, John Julius (1989). Byzantium: The Early Centuries. [S.l.: s.n.] 


  • Wiesehöfer, Josef (2010). Commutatio et contentio. Studies in the Late Roman, Sasanian, and early Islamic Near East. [S.l.: s.n.] 









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