Ovo
Nota: Para outros significados, veja Ovo (desambiguação).
O ovo, do ponto de vista da biologia, é o zigoto dos animais. É uma célula que se forma após a fusão do núcleo do óvulo (pronúcleo feminino, haploide) com o núcleo do espermatozoide (pronúcleo masculino, haploide) por cariogamia, o que dá origem à célula diploide denominada ovo ou zigoto.[1]
Os animais de reprodução sexuada possuem três tipos de mecanismos de desenvolvimento do zigoto: os que se desenvolvem dentro de um ovo são chamados de Ovíparos; os que se desenvolvem em ovos no interior da mãe, no qual a eclosão ocorrerá ainda no interior materno, sendo liberados já formados são os Ovovíparos; aqueles animais em que o embrião irá se desenvolver completamente no interior materno utilizando as reservas fisiológicas da mãe são conhecidos como Vivíparos.[2]
Nos seres humanos, bem como na maioria dos mamíferos, para que esta célula se forme é necessário que um espermatozoide “atravesse” a zona pelúcida (que reveste o ovócito II e o 1º glóbulo polar) de modo a “introduzir” o seu núcleo no ovócito II que se encontra em metáfase II – Fecundação. Em virtude deste “estímulo” termina a meiose originando o óvulo e o 2º glóbulo polar (que irá degenerar juntamente com o 1º glóbulo polar anteriormente formado). No interior do óvulo se encontra o seu pronúcleo (pronúcleo feminino) e o pronúcleo masculino (oriundo do espermatozoide). Ambas as cariotecas ficam próximas, porém não se fundem (nos mamíferos) num primeiro momento, a fusão ocorrerá no alinhamento da metáfase da primeira mitose.[3] As cariotecas irão se degenerar e originar o ovo ou zigoto (diploide). Este processo é fundamental na reprodução sexuada.
Índice
1 Desenvolvimento Embrionário
2 Tipos de ovos
3 Deterioração e contaminação
4 Ver também
5 Referências
Desenvolvimento Embrionário |
Após a fecundação, o embrião começa a se desenvolver, passando por várias modificações, genes são ativados ocorrendo assim a Diferenciação Celular.[4] Na espécie humana, é identificada como as principais fases do desenvolvimento do embrião a clivagem ou segmentação, gastrulação e organogênese.
Durante a clivagem, as divisões mitóticas são rápidas, dando origem a células conhecidas como Blastômeros, aumentando em número de células, mas não de tamanho [4] .
O primeiro estágio da clivagem é a mórula, um maciço celular, mais de 16 células, originado entre o terceiro e quarto dia após a fecundação. Na segunda e última etapa ocorre a blástula, onde as células delimitam uma cavidade interna chamada blastocele, cheia de um líquido produzido pelas próprias células.[5]
Até a fase de blástula, as células embrionárias são chamadas de células-tronco, que podem originar todos os diferentes tipos de célula do corpo. A partir da blástula, inicia a fase de gastrulação, onde o embrião começa a aumentar de tamanho e surge o intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos 3 folhetos germinativos ou embrionários: ectoderma, mesoderma e endoderma.[6]
A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos. O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso central. Durante a neurulação, o embrião recebe o nome de nêurula. A organogênese termina até a oitava semana de gestação, por volta do 56º dia. Nesse período, o embrião mede cerca de 3 cm de comprimento. Depois da nona semana té o nascimento, o indivíduo em formação passa a ser chamado de feto. O nascimento ocorre em média durante a 38ª semana de gestação.[7]
Tipos de ovos |
O ovo animal é classificado com base na quantidade e distribuição de vitelo que há em seu citoplasma. Pode ser oligolécito, heterolécito, telolécito ou centrolécito. [8]
Ovos oligolécitos são aqueles que possuem pouco vitelo, distribuído de forma homogênea por todo o citoplasma. Contudo há um leve acúmulo de vitelo em um dos polos, que passa a se chamar polo vegetativo. O outro polo passa a se chamar polo animal. Animais com esse tipo de ovo são os mamíferos, anfioxos e equinodermos.
Ovos heterolécitos ou ovos mesolécitos são aqueles que possuem grande quantidade de vitelo, distribuída de forma não-homogénea. O polo vegetativo apresenta uma concentração muito maior de vitelo em relação ao polo animal. Animais com esse tipo de ovo são os moluscos, anfíbios e anelídeos.
Ovos telolécitos ou ovos megalécitos são aqueles que possuem uma quantidade de vitelo tão grande (ainda maior que a do heterolécito) que faz com que as estruturas citoplasmáticas e o núcleo fiquem totalmente no polo animal do ovo. Animais com esse tipo de ovo são as aves, os peixes que produzem pequena quantidade de ovócitos, e os répteis.
Ovos centrolécitos são aqueles que possuem o vitelo no centro do ovo. Esse ovo não possui polos e está presente nos artrópodes.
Deterioração e contaminação |
Ver artigo principal: Deterioração dos ovos
O espaço interno dos ovos é, a princípio, estéril. No entanto, tanto a exposição a micróbios e fungos quanto a contaminantes encontrados na casca ou cercanias dos ovos podem provocar alterações físicas ou químicas nos ovos. Ovos deteriorados podem emitir um odor pútrido, embora alguns tipos de bactérias possam contaminá-los sem que sinais significativos possam ser percebidos.[9]
Ver também |
Oologia - estudo dos ovos- Ovo (alimento)
- Ovo de chocolate
- Ovo de Páscoa
- O ovo e a galinha
- Larva
- Metamorfose
- Óvulo
- Pupa
- Adulto (biologia)
Referências
↑ «Fecundação humana - Mundo Educação». Mundo Educação. Consultado em 2 de maio de 2018
↑ «Ovulíparos, ovíparos, ovovíparos e vivíparos. - Mundo Educação». Mundo Educação. Consultado em 2 de maio de 2018
↑ Mori, Maurizio (2001). «Fecundação assistida e liberdade de procriação». Revista Bioética|acessodata=
requer|url=
(ajuda)
↑ ab «Embriologia: conheça as fases do desenvolvimento embrionário». 1 de maio de 2014. Consultado em 2 de maio de 2018
↑ Carlson, Bruce M. (18 de dezembro de 2014). Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. [S.l.]: Elsevier Brasil. ISBN 9788535278927
↑ «Desenvolvimento Embrionário Humano - Embriologia e Biologia». InfoEscola
↑ Moore, Keith L.; Persaud, T. V. N. (2008). Embriologia Clinica. [S.l.]: Elsevier (medicina). ISBN 9788535226621
↑ Garcia, Sonia M. Lauer; Fernández, Casimiro G. (1 de janeiro de 2009). Embriologia - 3.Ed. [S.l.]: Artmed Editora. ISBN 9788536327044
↑ Franco, Bernadette Dora Gombossy de Melo; Landgraf, Mariza (2003). Microbiologia dos alimentos. [S.l.: s.n.]
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