Jogos Olímpicos de Verão de 1960
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Jogos da XVII Olimpíada Roma 1960 | ||
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Dados | ||
Países participantes | 83 | |
Atletas | 5338 | |
Eventos | 150 em 17 esportes | |
Cerimônia de abertura | 25 de agosto | |
Cerimônia de encerramento | 11 de setembro | |
Abertura oficial | Presidente Giovanni Gronchi | |
Juramento do atleta | Adolfo Consolini | |
Tocha | Giancarlo Peris | |
Estádio principal | Estádio Olímpico | |
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Jogos Olímpicos de Verão de 1960 (em italiano: Giochi della XVII Olimpiade), conhecidos oficialmente como os Jogos da XVII Olimpíada foram os Jogos Olímpicos realizados em Roma, a Cidade Eterna, capital da Itália, cinquenta e dois anos após a cidade ser obrigada a desistir da organização dos Jogos por causa de uma erupção do vulcão Vesúvio, que consumiu a maior parte dos recursos do Estado no atendimento às vítimas da catástrofe. Tendo finalmente sua oportunidade, os romanos aproveitaram para juntar a tradição anciã dos gregos com sua própria história. As competições de levantamento de peso foram realizadas na Basílica de Maxentius, a ginástica nas Termas de Caracala e o Arco de Constantino, o famoso monumento em homenagem ao primeiro imperador romano cristão, marcou a chegada da maratona.
Abertos em 25 de agosto e se estendendo até 11 de setembro, os Jogos de Roma tiveram a participação de 5.348 atletas, com o número expressivo de 611 mulheres entre eles, representando 83 países dos cinco continentes e foram, pioneiramente, transmitidos ao vivo por mais de cem canais de televisão de 18 países da Europa e mostrados em vídeo tape horas depois nos Estados Unidos, Canadá e Japão.
Índice
1 Processo de candidatura
2 Fatos e destaques
3 Modalidades disputadas
4 Quadro de medalhas
5 Referências
Processo de candidatura |
Roma venceu o processo seletivo dos XVII Jogos Olímpicos na 50ª sessão do Comitê Olímpico Internacional, no dia 15 de junho de 1955, em Paris, França, superando a candidatura das cidades de Lausana, Detroit, Budapeste (sendo esta a primeira cidade do bloco comunista europeu a se candidatar a sede das Olimpíadas), Bruxelas, Cidade do México e Tóquio.
Resultados da eleição da cidade-sede dos Jogos da XVII Olimpíada[1] | ||||
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Cidade | CON | Rodada 1 | Rodada 2 | Rodada 3 |
Roma | Itália | 15 | 26 | 35 |
Lausana | Suíça | 14 | 21 | 24 |
Detroit | Estados Unidos | 6 | 11 | - |
Budapeste | Hungria | 8 | 1 | - |
Bruxelas | Bélgica | 6 | - | - |
Cidade do México | Mexico | 6 | - | - |
Tóquio | Japão | 4 | - | - |
Fatos e destaques |
- O etíope Abebe Bikila tornou-se o primeiro negro africano a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, ao vencer de maneira sensacional a maratona no último dia dos Jogos. Soldado da guarda pessoal do Imperador Haile Selassie, Bikila ganhou a mais dura e desgastante prova olímpica correndo descalço pelas ruas romanas sob um calor de quase 30º e quebrando o recorde mundial da modalidade ao cruzar a linha de chegada, localizada exatamente embaixo do Arco de Constantino, símbolo do poder romano e italiano que invadiu e conquistou a Etiópia, seu país natal, na época do governo do ditador fascista Benito Mussolini, o que deu a seu feito a dimensão heróica e dramática que o transformaria numa lenda e no exemplo para todos os atletas africanos, que a partir desta década começaram a dominar todas as provas de longa distância do atletismo mundial.
- O grande destaque do boxe foi o afro-americano Cassius Clay, de vinte anos de idade, que conquistou o ouro na categoria meio-pesado. Nos anos seguintes, ele se profissionalizaria, abraçaria a fé muçulmana, trocaria o nome para Muhammad Ali e se tornaria o maior pugilista de todos os tempos.
- O dinamarquês Paul Elvstrøm ganha pela quarta vez consecutiva a medalha de ouro no Iatismo, Classe Finn, se tornando o maior campeão olímpico da Vela na história dos Jogos.
- Após amargar o vice-campeonato olímpico por três Jogos consecutivos, a Iugoslávia finalmente ganha a medalha de ouro no futebol.
- Atletas da equipe feminina de ginástica da URSS ganham 15 das 16 medalhas de ouro possíveis em Roma e pela segunda vez, em sua terceira participação, os soviéticos batem os antes eternos campeões norte-americanos no quadro de medalhas.
- A África do Sul participou pela última vez nos Jogos, banida por causa do seu regime de apartheid. Os sul-africanos só voltariam às Olimpíadas 32 anos depois, em Barcelona, após a política de segregação racial ter sido extinta em seu país.
- O atirador finlandês Vilho Ylönen acertou um tiro na mosca na decisão da prova do Tiro de Campo, só que no alvo do atirador ao lado e perdeu a medalha de ouro para o adversário.
- A norte-americana Wilma Rudolph, portadora de poliomielite na infância, conquistou três medalhas de ouro no atletismo feminino, nos 100 m, 200 m e revezamento 4X100 m.
- A nota triste foi a morte do ciclista dinamarquês Knut Jensen, que teve um colapso provocado pela ingestão de anfetaminas na sua prova do ciclismo, e morreu no hospital. Foi a segunda vez que um competidor morreu disputando uma prova nos Jogos. O primeiro foi o corredor português Francisco Lázaro na maratona dos Jogos de Estocolmo 1912, logo na estréia de Portugal no evento.
Modalidades disputadas |
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Quadro de medalhas |
Ver artigo principal: Quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Verão de 1960
Ordem | País | |||||
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1 | URS União Soviética | 43 | 29 | 31 | 103 | |
2 | USA Estados Unidos | 34 | 21 | 16 | 71 | |
3 | ITA Itália | 13 | 10 | 13 | 36 | |
4 | EUA Equipa Alemã Unida | 12 | 19 | 11 | 42 | |
5 | AUS Austrália | 8 | 8 | 6 | 22 | |
6 | TUR Turquia | 7 | 2 | | 9 | |
7 | HUN Hungria | 6 | 8 | 7 | 21 | |
8 | JPN Japão | 4 | 7 | 7 | 18 | |
9 | POL Polônia | 4 | 6 | 11 | 21 | |
10 | TCH Checoslováquia | 3 | 2 | 3 | 8 | |
39 | BRA Brasil | | | 2 | 2 |
Referências
↑ aldaver.com. «INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE VOTE HISTORY» (em inglês). Consultado em 6 de outubro de 2009