Ana, mãe de Maria
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Santa Ana / Sant'Ana | |
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Sagrada Família, de Agnolo Bronzino | |
Mãe de Maria Avó do Menino Jesus | |
Veneração por | Igreja Católica Romana Igreja Ortodoxa Igreja Anglicana Religiões Afro-Brasileiras |
Festa litúrgica | 26 de Julho |
Atribuições | Menino Jesus, Sagrada Família |
Padroeiro | Dos Avós, Casa da Moeda, Caicó, Armação de Búzios, Mogi das Cruzes, Santana, Quebec e do Canadá. |
Portal dos Santos |
Santa Ana ou Sant'Ana (do latim Anna, por sua vez do hebraico transliterado Hannah, "Graça") foi mãe de Maria, avó de Jesus Cristo.
Índice
1 Filhos
2 Histórico
3 Devoção
3.1 Religiões afro-brasileiras
3.2 Relíquias
4 O Encontro de Santa Ana e São Joaquim na pintura
5 Cultura popular
6 Padroeira dos moedeiros
7 Ver também
8 Referências
Filhos |
Sabe-se muito pouco sobre Santa Ana. Sabe-se que esta era mãe de Maria de Nazaré, esposa de São Joaquim e Avó de Jesus. Sabe-se também que esta teria após o nascimento da Virgem Maria tido mais uma ou duas filhas, pois Deus liberara após Joaquim ter ficado 40 dias no deserto. O nome dessas filhas são: Maria Salomé e Maria de Cleofas.
Histórico |
Os dados biográficos que sabemos sobre os pais de Maria foram legados pelo Proto-Evangelho de Tiago, obra citada em diversos estudos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e Gregório de Níssa.
Sant'Ana, cujo nome em hebraico significa graça, pertencia à família do sacerdote Aarão e seu marido, São Joaquim, pertencia à família real de Davi.
Seu marido, São Joaquim, homem pio fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Mas Sant’Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, os dois esposos encontram-se na Porta Dourada de Jerusalém,[1] e algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus. Os autores medievais vêm no seu beijo casto no Encontro na Porta Dourada o momento da imaculada concepção de Maria. Segundo outras versões, preferidas pelos dominicanos e outros maculistas, não há nenhuma sugestão de que Maria tenha sido concebida de outra forma que não a biológica normal após a reencontro dos seus pais.[1]
Eram residentes em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santana; e aí, num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa "Senhora da Luz", passado para o latim como Maria. Maria foi oferecida ao Templo de Jerusalém aos três anos, tendo lá permanecido até os doze anos.
Pelo texto Caverna dos Tesouros, atribuído a Efrém da Síria, Ana (Hannâ) era filha de Pâkôdh e seu marido se chamava Yônâkhîr.[2]. Yônâkhîr e Jacó eram filhos de Matã e Sabhrath.[2] Jacó foi o pai de José, desta forma, José e Maria eram primos.[2]
São João Damasceno, ao escrever sobre o Natal, deixa claro que São Joaquim e Santa Ana são os pais de Maria.
Devoção |
A devoção aos pais de Maria é muito antiga no Oriente, onde foram cultuados desde os primeiros séculos de nossa era, atingindo sua plenitude no século VI. Já no ocidente, o culto de Santana remonta ao século VIII, quando, no ano de 710, suas relíquias foram levadas da Terra Santa para Constantinopla, donde foram distribuídas para muitas igrejas do ocidente, estando a maior delas na igreja de Sant’Ana, em Düren, Renânia, Alemanha.
Seu culto foi tornando-se muito popular na Idade Média, especialmente na Alemanha. Em 1378, o Papa Urbano IV oficializou seu culto . Em 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de Julho, e o Papa Leão XIII a estendeu para toda a Igreja, em 1879. Em França, o culto da Mãe de Maria teve um impulso extraordinário depois das aparições da santa em Auray, em 1623.
Tendo sido São Joaquim comemorado, inicialmente, em dia diverso ao de Sant’Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria, mãe de Jesus.
Religiões afro-brasileiras |
Nas religiões afro-brasileiras a orixá Nanã Buruque é sincretizada como Sant´Anna.[3] A orixá é deusa da chuva e águas barrentas ou águas de lagos parados. Orixá mais velha, dotada de maturidade, sabedoria, serenidade. Sua cor é a violeta, cor da transmutação e transformação.
Relíquias |
As relíquias de Santa Ana foram trazidas da Terra Santa para Constantinopla em 710 e foram mantidas lá na igreja de Santa Sofia até 1333.[4] Durante os séculos XII e XIII, cruzados e peregrinos do Oriente trouxeram relíquias de Santa Ana para várias igrejas[5] As relíquias de Santa Ana foram tradicionalmente preservadas e veneradas nas muitas catedrais e mosteiros dedicados a seu nome, por exemplo, na Áustria, Canadá,[6] Alemanha, Itália,[6] e Grécia no Monte Sagrado e na cidade de Katerini.[6] A artesania medieval e barroca é evidenciada na impressionante obra metalúrgica dos relicários de tamanho natural que contém os ossos do antebraço, por exemplo. Exemplos empregando técnicas de arte popular também são conhecidos. Düren foi o principal lugar de peregrinação para Anne desde 1506, quando o Papa Júlio II decretou que suas relíquias deveriam ser mantidas lá.[carece de fontes]
O Encontro de Santa Ana e São Joaquim na pintura |
O Encontro de Santa Ana e São Joaquim evocador da doutrina da Imaculada Conceição é um tema bem representado da pintura portuguesa da primeira metade do século XVI, seguindo os quadros flamengos sobre o tema, mas contendo variações como seja a inclusão da figura da Virgem Maria, que às vezes brota de ramificações saídas dos corpos de seus pais. São exemplos o painel do Museu de Arte Antiga (de Gregório Lopes?), o painel da Colecção Alberto Lacerda, Caramulo (de Garcia Fernandes?), o painel da Igreja matriz de Arruda dos Vinhos.[7]
Mas este tema não aparece sempre explicitamente associado ao da Imaculada Conceição, aparecendo por vezes com a Virgem e o Menino. Também pode integrar-se numa Genealogia da Virgem, apresentada como uma flor que brota de hastes entrelaçadas que saiem dos seus progenitores, numa derivação do tema da Árvore de Jessé. Pode ainda surgir associado à Coroação da Virgem.[8]
A posição de Santa Ana e São Joaquim nessas pinturas é algumas vezes derivada das posturas da Visitação, quando se apresentam de pé abraçados, ou ajoelhadas de perfil frente a frente, numa postura própria das figuras mediadoras nos temas de intercessão. Algumas das variantes do Encontro de Santa Ana e São Joaquim procedentes de oficinas quinhentistas de Lisboa que chegaram até nós reflectem a mistura dos vários temas. Estas variantes permitem-nos ver as flutuações de um tema que manteve a sua actualidade, articulando diversas fontes iconográficas, modificando os modelos e a sua combinação. Ainda que se verifique a diminuição da popularidade com a Contra-Reforma, continua a encontrar-se este tema ao longo dos séculos XVI e XVII em Portugal e Espanha.[8]
Cultura popular |
- Pode se encontrar um retrato realístico de Santa Ana no filme, The Nativity Story, "Jesus, a História do Nascimento", em português.
Padroeira dos moedeiros |
No Brasil, os empregados que trabalham na produção de cédulas, moedas e outros produtos fabricados na Casa da Moeda do Brasil têm em Sant´Anna sua padroeira.
A devoção a Sant'Ana obedece a uma tradição vinda de Portugal, onde os moedeiros de Lisboa administravam a Confraria de Sant'Ana da Sé. Era comum, naquela época, cada corporação administrar a Confraria de seu padroeiro.
Os moedeiros e oficiais da Casa da Moeda desde os primeiros tempos da sua existência colocaram-se sob a proteção de Sant'Ana, celebrando anualmente, até os dias de hoje, o seu dia.[9]
Ver também |
- Ana (deusa gaulesa)
Referências
↑ ab Sherry L. Reames, Legends of St. Anne, Mother of the Virgin Mary: Introduction [1]
↑ abc Efrém da Síria, Caverna dos Tesouros, Os quinhentos anos desde o segundo ano de Ciro até o nascimento de Cristo, As genealogias dos israelitas mais tardios «em linha». www.sacred-texts.com
↑ «Nanã - Raizes Espirituais». Raizes Espirituais
↑ Knight, Kevin (2012). «Catholic Encyclopedia - St. Anne». Newadvent.org. Consultado em 15 de agosto de 2013
↑ Sherry, L. Reames (2003). «Legends of St. Anne, Mother of the Virgin Mary: Introduction». Lib.rochester.edu. Consultado em 15 de agosto de 2013
↑ abc Erro de citação: Código<ref>
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↑ Flávio Gonçalves, «Breve ensaio sobre a iconografia da pintura religiosa em Portugal» in Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, 2ª série nº 27, 1972, p.42., citado por Isabel Santa Clara.
↑ ab Isabel Santa Clara, Das Coisas visíveis às invisíveis, contributos para o estudo da Pintura Maneirista na Ilha da Madeira (1540-1620), Vol. I e II, Tese de Doutoramento em História da Arte da Época Moderna, Universidade da Madeira, 2004, [2]
↑ http://www.casadamoeda.gov.br/portalCMB/menu/cmb/sobreCMB/padroeira.jsp?sbMuseu=active