Estação Ferroviária de Contumil
Contumil | |
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Linha(s) | • Linha do Minho (PK 2,443) • Linha de Leixões (PK 2,443) |
Coordenadas | 41° 10′ 10″ N, 8° 34′ 27″ O |
Concelho | Porto |
Serviços Ferroviários | U |
Serviços |
Rio Tinto (Sentido Valença)
Leixões (Sentido Leixões)
Contumil
Campanhã (Sentido Porto)
A Estação Ferroviária de Contumil, originalmente denominada de Contomil, é uma interface da Linha do Minho, que funciona como ponto de entroncamento com a Linha de Leixões, e que serve a zona de Contumil, no Concelho do Porto, em Portugal. Foi planeada nos finais do Século XIX, para servir como ponto de bifurcação entre as duas linhas e como ponto de gestão e manutenção de material circulante, tendo entrado ao serviço na Década de 1910 apenas com funções técnicas, devido ao atraso na construção da linha para Leixões, que só abriu à exploração em 18 de Setembro de 1938.[1]
Índice
1 Caracterização
1.1 Localização e acessos
1.2 Descrição física
2 História
2.1 Planeamento
2.2 Ligação à Linha de Leixões
2.3 Década de 1960
2.4 Década de 1990
3 Ver também
4 Referências
5 Bibliografia
6 Leitura recomendada
7 Ligações externas
Caracterização |
Localização e acessos |
Esta estação está situada no concelho do Porto, tendo acesso através da Rua da Estação de Contumil.[2]
Descrição física |
No Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005, publicado em 13 de Outubro de 2004 pela Rede Ferroviária Nacional, a estação de Contumil contava com 11 vias de circulação.[3] No Directório da Rede de 2011, de 25 de Março de 2010, ainda existia o mesmo número de vias de circulação, cuja extensão variava entre os 63 e os 481 m; as plataformas tinham 210 e 180 m de comprimento, e uma altura de 90 cm.[4]
História |
Planeamento |
Esta estação situa-se no troço da Linha do Minho entre Campanhã e Nine, que entrou ao serviço, junto com o Ramal de Braga, em 21 de Maio de 1875.[5][6]
Em finais do Século XIX, esteve em discussão a forma como deveria ser efectuada a ligação ferroviária entre o planeado Porto de Leixões e a rede ferroviária nacional.[7] Inicialmente, esteve prevista a continuação do Ramal da Alfândega, que unia a Alfândega do Porto à estação de Campanhã, até Leixões, mas devido aos elevados custos que seriam necessários para a construção, e o problemas criados pela crise financeira de 1891, o Conselho Superior de Obras Públicas sugeriu um traçado alternativo, já proposto pelo engenheiro Pereira Dias.[1] Segundo este novo plano, o ramal para o Porto de Leixões deveria sair de um local próximo do PK 2,5 da Linha do Minho[1], entre as estações de Campanhã e Rio Tinto, na zona de Contumil.[8], onde deveria ser construída uma gare própria para a bifurcação entre as duas vias férreas.[7] Em 1898, foi formada uma comissão para estudar os vários planos que existiam para linhas férreas, tendo sido aconselhada a construção da linha até ao Porto de Leixões com o seu início na estação de Contumil, e a duplicação da Linha do Minho até Campanhã.[9] Desta forma, no Plano da Rêde Complementar ao Norte do Mondego, decretado em 15 de Janeiro de 1900, foi oficialmente classificado o projecto para a Linha de Circunvalação do Porto, com início em Contumil, e para a duplicação parcial da Linha do Minho.[1] A nova linha deveria ser construída pela administração dos Caminhos de Ferro do Estado, um órgão criado em 14 de Julho de 1899 para construir e explorar as redes férreas na posse do governo.[1] Logo após a aprovação da linha, José Fernando de Sousa, que fazia parte do conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado, propôs que fossem feitos os estudos para a linha, com especial interesse para a estação de Contumil.[1]
Em 1902, foi enviado ao Conselho Superior de Obras Públicas e Minas o plano e o orçamento correspondente para a construção de uma estação ao quilómetro 2,5 da Linha do Minho, e para a duplicação da Linha do Minho.[10] Além de servir de entroncamento da então futura Linha de Leixões, a nova interface também deveria servir como subsidiária de Campanhã, auxiliando esta estação na triagem das composições de mercadorias e a manutenção de vagões.[10] Este local foi escolhido por ser o único que permitia a instalação das infra-estruturas necessárias às funções a serem exercidas na futura interface, como o edifício da estação, uma cocheira para material motor e outra para carruagens, cais cobertos e para carvão, e um reservatório.[9] O complexo deveria incluir onze vias, cuja extensão total compreendia cerca de 1630 m; cinco dessas vias foram designadas para o estacionamento e resguardo do material circulante, enquanto que as outras seis estavam destinadas à sua triagem e classificação, estando ligadas a uma via especial, com uma lomba para realizar as manobras por gravidade.[9] O custo total desta obra, incluindo todos os edifícios e vias, e os trabalhos necessários à duplicação da Linha até Campanhã, estava previsto em 165:500$000 Réis.[9] Em 10 de Setembro desse ano, foi decretada a construção da Estação de Contomil.[11] O plano e o respectivo orçamento foram aprovados pelo governo em 16 de Maio de 1903, baseado no parecer do Conselho Superior de Obras Públicas e Minas, datado de 30 de Abril do mesmo ano.[12]
No entanto, a partir desse ponto o planeamento da linha de Leixões entrou numa fase de sucessivos atrasos, gerados em parte pela instabilidade política, mas também devido à interferência da Associação Comercial do Porto, que por várias vezes tentou interromper as obras na linha de Leixões.[1] Aquela sociedade criticava o traçado da linha de Leixões, principalmente o seu início em Contumil, defendendo que em vez disso deveria ser prolongado o Ramal da Alfândega, fazendo assim a linha até Leixões passar pelo centro da cidade do Porto.[1] O projecto para a linha de Circunvalação foi aprovado em 4 de Julho de 1905, mas foi bloqueado pelo governo por intermédio de José Luciano de Castro.[1]
Apesar dos problemas em construir a linha para Leixões propriamente dita, continuou o interesse em construir a estação de Contumil, devido à sua outra função como posto de manutenção para material circulante, e após a aprovação do projecto começaram as obras da estação e para a duplicação da Linha do Minho.[1] Em 31 de Dezembro de 1910, já tinham sido gastos cerca de 100 contos em ambos os projectos, estando nessa altura a estação de Contumil já a ser utilizada para classificar e estacionar material circulante.[1]
Ligação à Linha de Leixões |
Uma Portaria de 25 de Maio de 1911 ordenou que a linha para Leixões tivesse início em Ermesinde, contrariando o que tinha sido determinado pelo Plano da Rede de 1900.[1] Quando o projecto foi apresentado em 1912, o Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado voltou a fixar o início da linha em Contumil, mantendo a ligação a Ermesinde como um ramal a sair de São Gemil.[1]
O concurso público para construção da Linha de Leixões, a partir das Estações de Contumil e Ermesinde, foi realizado pela Direcção-Geral de Caminhos de Ferro, em 27 de Janeiro de 1931, tendo o contrato sido assinado no dia 22 de Maio do mesmo ano, e as obras arrancado em 29 de Junho.[13] O relatório de 1931-1932 da Direcção Geral de Caminhos de Ferro revela que, naquele período, a companhia dos Caminhos de Ferro do Estado despendeu cerca de 1.100 contos nesta estação.[14] Nos inícios de 1935, uma portaria do Ministério das Obras Públicas e Comunicações autorizou o projecto para as expropriações e terraplanagens necessárias para a primeira fase da ampliação desta estação.[15] Em 8 de Maio de 1936, o Ministério aprovou o projecto para o edifício de passageiros e o correspondente orçamento, no valor de 111.933$11.[16] Em 9 de Setembro desse ano, o Ministério aprovou o projecto para a segunda fase da ampliação da estação de Contumil, e o seu correspondente orçamento rectificado, no valor de 197:951$.[17] Um diploma publicado no Diário do Governo n.º 183, II Série, de 9 de Agosto, aprovou o auto de recepção definitiva para a empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, referente à instalação dos equipamentos para iluminação eléctrica em Contumil e noutras estações da linha, que foi executada pela firma José Maria dos Santos & Santos.[18]
O troço entre as Estações de Contumil e Leixões entrou ao serviço em 18 de Setembro de 1938.[5]
Década de 1960 |
Em Junho de 1966, a estação de Contumil encontrava-se em obras de expansão, com a construção de uma nova casa redonda para a reparação de locomotivas a gasóleo e a vapor.[19] As oficinas estavam igualmente a ser modificadas, de forma a se poder realizar a manutenção de material circulante a tracção eléctrica, e já se encontravam prontos 3 dos 10 diques de moliana.[19] Estas obras pretendiam fazer de Contumil um centro de manutenção ferroviária, de forma a libertar espaço na estação de Campanhã, que se iria tornar no centro dos serviços ferroviários urbanos na cidade do Porto.[19] Em redor da estação, estava planeada a construção de várias habitações, para alojar os funcionários que iam ser transferidos das oficinas de Campanhã, formando uma localidade própria, com cerca de 800 habitantes.[19]
Década de 1990 |
Em 17 de Março de 1994, a empresa Caminhos de Ferro Portugueses instalou na estação de Contumil a locomotiva a vapor 248, que tinha sido resgatada do Rio Douro, para onde tinha caído na ocorrência de um descarrilamento, em 5 de Janeiro de 1940.[20]
Ver também |
Unidade de Suburbanos do Grande Porto | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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(Serviços ferroviários suburbanos de passageiros no Grande Porto)
Linhas: |
- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
↑ abcdefghijklm SOUSA, José Fernando de (1 de Outubro de 1938). «Linha de Circunvalação do Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1219). p. 439-442. Consultado em 20 de Fevereiro de 2018.
↑ «Contumil». Comboios de Portugal. Consultado em 14 de Novembro de 2014.
↑ «Linhas de Circulação em Estações». Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005. Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004. p. 59-64
↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2011. Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 67-89
↑ ab «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 25 de Agosto de 2013.
↑ REIS et al, 2006:12
↑ ab MARTINS et al, 1996:39
↑ «Linha de circumvallação do Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 18 (424). 16 de Agosto de 1905. p. 243. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ abcd «Estação de Contomil» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (371). 1 de Junho de 1903. p. 177-178. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ ab «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (358). 16 de Novembro de 1902. p. 346-347. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (381). 1 de Novembro de 1903. p. 362-364. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (371). 1 de Junho de 1903. p. 178-190. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ «Construções Ferroviárias: A Linha de Cintura do Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1112). 16 de Abril de 1934. p. 215-217. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1934). «Direcção Geral de Caminhos de Ferro: Relatório de 1931-1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1109). p. 127-130. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1133). 1 de Março de 1935. p. 109-110. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1164). 16 de Junho de 1936. p. 339-341. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1171). 1 de Outubro de 1936. p. 469-472. Consultado em 20 de Fevereiro de 2018.
↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1216). 16 de Agosto de 1938. p. 391-393. Consultado em 20 de Fevereiro de 2018.
↑ abcd «Importantes melhoramentos ferroviários na Estação de Contumil» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 79 (1883). 1 de Junho de 1966. p. 126. Consultado em 22 de Outubro de 2013.
↑ BRAZÃO, Carlos (1994). «Una Borsig en Contumil». Maquetren (em espanhol). 3 (29). Madrid: A. G. B., s. l. p. 10. ISSN 1132-2063
Bibliografia |
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel et all' (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
Leitura recomendada |
Centros de Comando Operacional - Contumil. Lisboa: Rede Ferroviária Nacional, E. P. 2008
Linha do Minho. Lisboa: Rede Ferroviária Nacional E. P. 2004. 43 páginas
Linha do Minho / Ramal de Braga (Catálogo de Obra). Lisboa: Rede Ferroviária Nacional E. P. 2004
Ligações externas |
Página com fotografias da Estação de Contumil, no sítio electrónico Railfaneurope (em inglês)
Página com fotografias da Estação de Contumil, no sítio electrónico Railpictures (em inglês)- Página sobre a Estação de Contumil, no sítio electrónico da empresa Infraestruturas de Portugal
- Página sobre a Estação de Contumil, no sítio electrónico Wikimapia